Tuesday, February 28, 2006

Dirceu decide recorrer ao STF para reaver mandato. *Blog do Josias de Souza

Está decidido: o deputado cassado José Dirceu (PT-SP) vai protocolar no STF, até o próximo dia 15 de março, um recurso para tentar reaver o mandato. O advogado José Luiz Oliveira Lima já aprontou o texto da ação. Ele está em férias nos EUA. Retorna nos próximos dias para dar os últimos retoques na peça antes de levá-la ao Supremo.



Dirceu, que passa o Carnaval em Cuba, já deu o sinal verde para o advogado. Conforme foi noticiado aqui, o recurso vem sendo estudado desde o início de dezembro. Dirceu autorizara Oliveira Lima a consultar juristas de renome acerca das chances de êxito do novo recurso. Estava, porém, em dúvida quanto à conveniência da iniciativa.



Na entrevista que dera no dia seguinte à cassação, Dirceu dissera que não recorreria mais ao Judiciário. Mudou de idéia. Está agora convencido de que tem chances de anular a sua cassação. No texto do recurso, o advogado Oliveira Lima faz um histórico do julgamento de seu cliente na Câmara.



Em determinado trecho, ele lembra que, ao autorizar a Câmara a dar seqüência ao julgamento de Dirceu, o STF ordenou que fosse retirado do processo contra o então deputado um dos depoimentos que haviam sido colhidos pelo Conselho de Ética: o da presidente do Banco Rural Kátia Rabelo.



Lembra ainda que o relator do processo contra Dirceu, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), teve de refazer o seu relatório. E afirma que o novo texto deveria ter sido publicado no Diário do Congresso. Na opinião de Oliveira Lima, a direção da Câmara deveria ter concedido duas sessões para que a defesa preparasse a sustentação oral que faria no plenário.



Porém, nada disso foi feito. O julgamento no plenário da Câmara ocorreu no mesmo dia da decisão do Supremo. Oliveira Lima recordará no recurso que, em sinal de protesto, se recusou a fazer a defesa de seu cliente da tribuna. Só Dirceu discursou. Alegará que houve cerceamento do direito de defesa.



Oliveira Lima sustentará também na ação que a representação que deu origem ao processo contra Dirceu, formulada pelo PTB, acusava-o de ser o mentor de um esquema de compra de votos de parlamentares que, em troca, votariam projetos de interesse do governo. Segundo o advogado, o relatório que motivou a cassação contém acusações diferentes daquelas formuladas pelo PTB. Em linguagem jurídica, não haveria “nexo causal” entre a petição inicial do partido do acusador Roberto Jefferson (PTB-RJ) e o relatório de Júlio Delgado. Algo que seria vedado pelo Código de Processo Civil;



O advogado anota ainda no recurso que, no processo que motivou a cassação de Roberto Jefferson, o relator Jairo Carneiro (PFL-BA) sustentou que o ex-deputado não conseguira provar a existência do mensalão. No relatório de Júlio Delgado, ao contrário, sustentou-se que o mensalão existiu. Para Oliveira Lima, os pareceres de Carneiro e Delgado, aprovados pelo mesmo Conselho de Ética da Câmara, se anulam.



Oliveira Lima mencionará, por último, a absolvição pelo Conselho de Ética, em 9 de fevereiro, do deputado Pedro Henry (PP-PE). A exemplo de Dirceu, dirá o advogado, pesavam contra Henry apenas as acusações feitas por Roberto Jefferson. O arquivamento do caso de Henry seria uma evidência de que Dirceu foi mandado à guilhotina injustamente, sem provas.
Araçatuba, terça-feira, 28 de fevereiro de 2006. *Folha da Região


Artigo

Lula
Ventura Picasso

"Pessoa superior, a única no seu gênero: a fênix dos oradores". Arrasta multidões ao maior acontecimento político do século 20; apenas um partido político, legalizado, igual aos outros, que se propôs a desenvolver uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna. Era difícil acreditar num partido de trabalhadores e sindicalistas, que pudesse transformar a sociedade pelo voto conquistado de eleitores céticos, alcançando a presidência da república, pasmem, é hoje um partido de massas, pior, ideológico. Diria Brecht: " - Mas quem é o partido? / Quem é ele? / - Somos nós... / Mostre-nos o caminho que devemos seguir, e nós / o seguiremos como você, mas / não siga sem nós o caminho correto /. Ele é sem nós / O mais errado / Não se afaste de nós! / Podemos errar, e você pode ser a razão, portanto / Não se afaste de nós". Que força estranha é essa que se propaga pelo mundo, e a nossa América totalmente influenciada por esse orador, mostrando um novo caminho, convencendo e garantindo um futuro melhor às nações que acreditam em sua fala. Por isso surgiu Hugo Chaves, Evo Morales, Michele Bachelet e Tabaré Vasques. Em 2006, candidatos com orientação à esquerda, disputarão eleições presidenciais em El Salvador, Peru, Colômbia, México, Equador e Nicarágua. Não podemos perder as posições que o eleitorado brasileiro conseguiu, e hoje é maior a nossa responsabilidade, o século 21 é latino-americano. Em 2005, aos gritos, o fascismo racista pregava o impeachment do chefe da nação, e a cassação do registro do partido (nós). Parlamentares e militantes intimidados e vacilantes, desprovidos de ideologia, os que não amam nada, aproveitaram o momento e sorrateiramente, abandonaram o partido quando ele mais precisava de todos. Traíram (?), não; são assim mesmo, pessoas comuns que querem um cargo, um emprego e se erraram ingressando num ambiente desconhecido, ideológico, cometeram dois equívocos: a) ao entrarem; b) ao ronco do trovão, afinaram, fugiram e se afastaram de "nós". Agora, a "fênix dos oradores" reconquistou a posição maior nas pesquisas, passou longe do segundo. Desrespeitado por uma oposição desesperada, que bateu durante os últimos seis meses, mas não "matou" o partido e seu criador. Desorientados, pensando e fazendo pensar que o partido é igual aos outros, o que não é verdade, tudo que fazem, facilita a ressurreição do PT e a reeleição do ídolo de Bono Vox (U2). Resta-nos voltar ao tempo e relembrar Henfil com sua graúna falante, e se fosse hoje, ao ver uma "esperança" gritaria: - O Lula é o cara, meu!

Ventura Picasso, membro do Grupo de Pensadores da Academia Araçatubense de Letras.

Monday, February 27, 2006

Lula em campanha: Oposição briga
Jasson de Oliveira Andrade

Lula não está fazendo nada. O presidente não realizou obras. Ele está de braços cruzados. Esta era a acusação dos oposicionistas até pouco tempo. Agora estão bravos. Lula está inaugurando obras e tomando medidas a favor do povo. Querem mesmo acionar a Justiça Eleitoral contra o presidente. Com isso, desmentem as próprias acusações de que ele é inoperante!
A VEJA, que é anti-Lula, fez uma reportagem sob o título “O candidato dos pobres”. Nela, diz que Lula é candidato dos pobres e Serra dos ricos. A revista diz com todas as letras: “O prefeito José Serra provável candidato do PSDB: apoio maior entre os eleitores ricos”. No texto, VEJA constata: “O eleitorado nordestino de Lula tem sido reforçado à base de investimentos importantes.
“O governo fará uma refinaria em Pernambuco, a Ferrovia Transnordestina, a duplicação da BR-101, a transposição do Rio São Francisco, a exploração de petróleo na Paraíba. É uma série de boas notícias que reforça o prestígio do presidente na região”, analisa o deputado Eduardo Campos, do PSB de Pernambuco.
Além disso, em seu governo, para agradar o eleitorado mais humilde, Lula congelou o preço do gás de cozinha e reduziu os impostos dos produtos da cesta básica, duas medidas de alto impacto para as camadas de menor renda, e acaba de anunciar com barulho que o novo salário mínimo será de 350 reais, sofrendo assim um aumento real de 13% - o maior dos últimos dez anos. (...) O aceno para o eleitor pobre não param. Na semana passada, numa solenidade em Brasília, Lula anunciou um pacote de incentivo à moradia popular, liberando recursos para a casa própria e REDUZINDO IMPOSTOS SOBRE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO (destaque meu)”. A verdadeira intenção da revista VEJA é mostrar que Lula se preocupa com os pobres, mas esquece a classe média.
Ela não diz isso. No entanto, torna-se clara essa sua intenção pelo que não diz: as medidas tomadas pelo governo Lula não beneficiam apenas as camadas mais pobres. Elas favorecem também a classe média que também compra gás de cozinha e adquire alimentos da cesta básica. Com a redução dos impostos sobre material de construção, beneficiará a classe média que compra cimento, pisos e outros materiais de construção. Vai ainda favorecer a indústria cerâmica de Mogi Guaçu!
Em visita ao Nordeste, Lula “deixou claro que, daqui para frente, vai ressaltar nos eventos e viagens suas realizações numa área cara aos tucanos: a universidade. Ele sugeriu que os adversários podem esperar muitas comparações de números do ensino superior de seu governo com os da gestão anterior [oito anos], do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Decidiu que vai propagar quantas vezes for possível que investiu mais nas “fábricas de inteligência” que os tucanos [em oito anos].Vai dizer que abriu quatro universidades federais, enquanto Fernando Henrique inaugurou uma em dois mandatos. “E vamos fazer muito mais”, afirmou. (Estado, 23/2/2005). Beneficiou a classe média. É lógico que o apoio a Lula é maior entre os pobres.
A Folha noticiou: Bolsa-Família é a principal razão para subida de Lula: “O Bolsa-Família é o principal fator de recuperação de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto para presidente, constatou o Datafolha.
O jornalista Vinicus Torres Freire, pergunta: “Bolsa-Família, o Real de Lula?”. Na reportagem, “Estou feliz de ouvir o reconhecimento”, publicada no Estadão, Fausto Macedo relata: “Diante de 4 mil arapiraquenses [Arapiraca , Alagoas– 200 mil habitantes],espremidos no ginásio do Sesi e que o receberam ao compasso de “um,dois,três, Lula outra vez”, o presidente ganhou um cabo eleitoral tão veemente que nem ele poderia esperar.
Luciano Barbosa (PMDB) – prefeito da cidade e ex-ministro de seu maior oponente e antecessor, Fernando Henrique Cardoso – cobriu-o de elogios e agradecimentos “por tudo o que tem feito” pelo Estado que exibe os piores indicadores sociais do País”. O inesperado elogio de um ex-ministro de FHC foi a consagração de Lula!
Enquanto Lula está em campanha, os tucanos continuam brigando para saber quem vai ser o adversário dele, trazendo constrangimento aos companheiros. É o caso do deputado Sidney Beraldo. Como deputado estadual e também presidente do PSDB paulista, o parlamentar sanjoanense deu apoio à candidatura de Alckmin. Deve-se lembrar que, a pedido dele, Serra nomeou o ex-prefeito de São João da Boa Vista, Laert de Lima Teixeira, para sub-prefeito de Itaquera.
Por esse motivo, uma decisão, sem dúvida, difícil. O curioso é que o deputado Beraldo, quando eleito presidente estadual do partido, alertou: “O PSDB precisa estar unido e a estrutura partidária fortalecida porque temos a grande chance de retomar o governo federal e continuar governando São Paulo”.
O alerta não foi ouvido, daí a divisão (Alckmin versus Serra), com reflexo na escolha do candidato ao governo de São Paulo. Outro deputado da Região, este de São José do Rio Pardo, que faz dobradinha com Beraldo, revoltou-se com a Ceia dos Cardeais com Serra.
Notícia de Carta Capital: “O deputado federal paulista Sílvio Torres, para citar um caso, não poupou o triunvirato [FHC, Aécio e Tasso] em conversa reservada com o colega carioca Eduardo Paes. “O Alckmin agora tem de ficar devendo explicações à imprensa sobre a m... que os caras fizeram. Eles têm de reparar essa m... O Aécio precisa ligar, o Tasso precisa ligar [para o governador]. Mas não basta. O príncipe [FHC] também tem de botar a cara”.
Além dos tucanos, essa divisão causou briga no PFL. Segundo a Folha, “o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) criticou o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), que disse que a cúpula do partido apóia José Serra (PSDB) nas eleições. “Se ele pode falar por alguém, é pelo pai [o prefeito do RJ, César Maia]. Por mim, ninguém fala”. ACM é alckmista.
Com Lula em campanha e com a briga de tucanos e pefelistas, entre si, depois não querem que o presidente cresça nas pesquisas! Acham que, como faltam sete meses para as eleições, eles podem se recuperar. Poder podem. Mas não será tarde e a recuperação poderá não vir?

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

Sunday, February 26, 2006

Folha de São Paulo, 25 de fevereiro de 2006

TENDÊNCIAS/DEBATES

Ainda faz sentido usar os termos direita e esquerda para designar posições políticas?
SIM

Mais do que meros rótulos

MARIA HERMÍNIA TAVARES DE ALMEIDA

Os termos esquerda e direita servem tanto para a auto-identificação de pessoas, grupos e partidos quanto para descrever visões sobre a política e dar clareza aparente à disputa pela influência e comando sobre as decisões públicas. No primeiro caso, as palavras esquerda e direita continuarão válidas enquanto houver quem se proclame de esquerda ou de direita -qualquer que seja a opinião que se possa fazer sobre a propriedade da auto-rotulação. No segundo caso, a resposta é mais complexa, porque supõe atribuir conteúdos mais precisos a ambas as palavras.
Hoje, como no passado, cada uma delas abarca visões bastante distintas sobre a sociedade, a política e as agendas desejáveis de governo. Ainda assim, melhor seria falar em esquerdas e direitas, tal a variação de pontos de vista no interior de cada campo.
Existe uma esquerda autoritária, que vibra com as arengas de Fidel Castro, e uma esquerda democrática, que se inspira no espanhol Felipe González, na irlandesa Mary Robinson ou na norueguesa Gro Brundtland; uma direita autoritária e antiliberal, que admira o francês Le Pen e os skinheads, e uma direita ultraliberal, que venera a inglesa Margaret Thatcher.
Nos últimos tempos, as correntes autoritárias -em uma ponta e na outra do espectro político- perderam espaço e importância para aquelas que aceitam as regras do jogo democrático e o capitalismo.
O socialismo autoritário, talhado pelo figurino soviético, foi sepultado sob os escombros do Muro de Berlim -depois de ter sido desnudado pela primeira vez no Relatório Kruchev, há exatos 50 anos. Restou como anacronismo no Caribe e na Coréia do Norte.
A direita xenófoba, é bem verdade, renasceu na Europa unida e tomada por imigrantes do Terceiro Mundo (que se dispõem a fazer o que os nativos enjeitam). Mas está longe de ser uma alternativa de poder.
Já a distância entre esquerda democrática e direita democrática diminuiu. Isso não é novo. Na democracia, a disputa pelo voto tende a produzir convergências em torno de posições com mais chances de êxito eleitoral. A competição democrática tende a empurrar os partidos para o centro. O novo nos últimos 20 anos é que, nessa marcha, a esquerda democrática andou mais -para frente ou para trás, cada qual que o julgue-, aproximando sua agenda daquela defendida pela direita liberal.
Quer dizer que as diferenças entre esquerda e direita deixaram de existir? Não creio.
Como o pensador italiano Norberto Bobbio (1909-2004), acredito que o tema da igualdade é o grande divisor de águas entre elas. Diz respeito à distribuição de recursos e oportunidades entre os membros de uma sociedade. A direita democrática, que defende a igualdade civil e política, considera naturais e aceitáveis as desigualdades produzidas pela economia de mercado, aposta na capacidade dos indivíduos de prover a própria subsistência e quer reduzir ao mínimo a atuação dos governos sobre o mercado, além de rever o sistema de proteção social erigido ao longo do século 20.
A esquerda democrática concebe a igualdade de maneira mais ampla. Ela deve comportar não só garantias individuais e direitos políticos mas também direito a bens e serviços que assegurem aos cidadãos, no curso da sua vida, condições decentes de existência e acesso a oportunidades e recursos sem discriminações. Defende a economia de mercado, mas sabe de suas imperfeições e das conseqüências socialmente perversas que elas produzem. Aceita a competição, mas sabe que é necessário equalizar as condições em que ocorre.
Na realidade, o que distingue a esquerda democrática da direita democrática é o objetivo de reduzir as desigualdades ao mínimo compatível com a preservação das liberdades individuais e da democracia. Propriedade estatal ou regulação pública de atividades privadas; provisão de bens e serviços pelos governos, por empresas privadas ou por organizações não governamentais -são apenas meios, e não fins. Não é por aí, portanto, que se distingue a esquerda democrática.
Em suma, enquanto a igualdade entre as pessoas for um valor moral e político amplamente compartilhado, e enquanto sociedades e mercados continuarem produzindo desigualdades de vários tipos, os termos esquerda e direita continuarão a fazer sentido.



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Maria Hermínia Tavares de Almeida, doutora em ciência política pela USP, é professora titular do Departamento de Ciência Política e vice-diretora do Instituto de Relações Internacionais da USP.

Friday, February 24, 2006

Violência sem fim? *Jornal do Brasil



José Dirceu


Ex-chefe da Casa Civil

Nossas grandes cidades - e não apenas o Rio de Janeiro - são, hoje, palco da atuação do crime organizado, de bandos armados a serviço do narcotráfico e de uma crescente delinqüência que não tem fronteiras - nem de classe, nem de raça ou religião. A verdade nua e crua é que estamos perdendo a guerra para o crime organizado e o narcotráfico, conseqüência da guerra já perdida, no passado, para a pobreza e a desigualdade.


A solução não está apenas em uma política de segurança pública e na necessária repressão ao crime organizado, que não é apenas uma função constitucional dos Estados, mas um dever federativo da União. Essa tarefa exige mais recursos do Orçamento Geral da União para o Sistema Único de Segurança Pública Nacional e o fortalecimento da Secretaria Nacional de Segurança Pública, que deveria estar subordinada ao presidente da República.



É preciso que o governo federal, assuma, como prioridade, articular um pacto federativo com os Estados e municípios das regiões metropolitanas para iniciar políticas nacionais - ou dar continuidade às existentes - de transportes coletivos de massa, saneamento, habitação, urbanização de favelas, remoção de áreas de risco, emprego, lazer e cultura para a juventude. As bases para essa política foram estabelecidas com a criação, no atual governo, do Ministério das Cidades, e com a implementação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano e das políticas setoriais de habitação, saneamento, planejamento urbano e regularização fundiária, e transporte urbano, antes inexistentes.



As medidas adotadas até aqui são importantes, como as mudanças legais que deram segurança jurídica ao mercado habitacional privado, reduzindo custos e aumentando a disponibilidade de financiamentos privados. Na área da habitação, o Congresso aprovou o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social que pode ser o embrião da criação de um Fundo Nacional Metropolitano para viabilizar investimento na infra-estrutura social e econômica de nossas metrópoles. Também poderíamos citar os aumentos de recursos federais para habitação de baixa renda, subsidiada pelo FGTS, e a recente Medida Provisória que isenta de impostos materiais de construção civil.



O problema é que a urgência e a gravidade da situação exigem, da União, a criação de uma agência, com capacidade de coordenar as diferentes ações e ministérios; e com poder e agilidade para alavancar um vasto programa de nacional de infra-estrutura para as cidades. Isso significa, por exemplo, aprovar no Congresso o PL 5296/05, que institui as diretrizes para os serviços públicos e a política nacional de saneamento básico, e aumentar os recursos do FGTS, OGU e FAT. Nos últimos dois anos e meio, o governo investiu, na área, R$ 6,1 bilhões, mas a maior parte das obras só começou em 2005.



Mas qualquer política de investimentos públicos em infra-estrutura urbana seria inócua sem uma política social e cultural para as periferias das grandes cidades. E, nessa frente de batalha, o atual governo vem avançando -- e muito. Seja diretamente, com os Pontos de Cultura do Ministério da Cultura; o programa Gesac, do Ministério das Comunicações, de conexão de escolas e centros comunitários à internet; e os Casas Brasil, entre outros; seja em parceria com Estados e municípios, estão sendo construídas políticas públicas de inserção social de jovens, de capacitação profissional, de estímulo ao exercício de seus direitos de cidadania e, sobretudo, de descoberta de sua auto-estima através de sua valorização enquanto atores sociais. Trata-se, portanto, de consolidar os programas já existentes, sob a coordenação de uma agência nacional e federativa, que articularia, além das iniciativas de infra-estrutura, os demais programas sociais como Bolsa-Família, ProUni, Fundeb, ProJovem, Segundo Tempo e Escola de Fábrica, para citar alguns exemplos.



É hora de, com coragem e audácia, romper a inércia e a burocracia, e investir em recursos humanos e materiais (serão dezenas de bilhões de reais). Para enfrentar, definitivamente, a barbárie que ameaça nossas cidades, como temos presenciado nas cenas dantescas das rebeliões da Febem, em São Paulo, ou nos jovens decapitados no Rio de Janeiro, pondo fim a essa verdadeira segregação que nos envergonha.

Thursday, February 23, 2006

Dirceu

Dirceu, o nosso eterno maestro político, o único cérebro POLÍTICO que o PT teve, em quase 30 anos, pra complementar o instinto social e político do presidente Lula está dando, aí, uma 'dica' importante, que ninguém, até agora, tinha dado: não adianta a gente entrar na discussão conforme A MÍDIA paute a discussão. Temos de atacar algumas QUESTÕES políticas, para dar densidade POLÍTICA à campanha. Essa é uma boa via para a gente poder encarar o xororô 'ético', venha de onde vier.

De fato, como diz o ministro Dirceu, na msg aqui distribuída não existe a discussão "ou Alckmin ou Serra", a menos que a gente entenda que DIFERENÇA tão essencial há entre esses dois grupos, dentro do PSDB, a ponto de eles terem de aparecer tão divididos, partidos, confusos e perdidos, logo agora, pertinho das eleições. Taí: que diferença há entre os dois, em termos de projeto político?

O Ministro Dirceu FAZ MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITA FALTA!

Caia Fittipaldi

Wednesday, February 22, 2006

Dirceu: PSDB não tem alternativa de programa

Da Agência Estado

O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT-SP), acusou nesta terça (21) o PSDB de não possuir um programa alternativo ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dirceu afirmou ainda que acredita que o prefeito de São Paulo, José Serra, será o candidato escolhido pelos tucanos para enfrentar Lula na sua eventual candidatura à reeleição. O ex-ministro, no entanto, disse que, "do ponto de vista do enfrentamento eleitoral", não vê "grande diferença" entre Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

"O PSDB é engraçado. Se você observar, não tem divergência programática, não tem divergência de proposta, não tem divergência de idéias. Eles não estão apresentando nada para o País", afirmou Dirceu, em entrevistas coletiva e à Rádio Solar em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. "Eu pergunto: qual é o programa? Eu não sei até agora. Eles já se consideram nomeados presidentes do Brasil, os dois (Serra e Alckmin). É um pouco de desrespeito também à sociedade".

Dirceu ironizou o processo de escolha do candidato tucano, comandado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, não será FHC que irá "escolher" o próximo presidente da República. "O Fernando Henrique já foi (presidente durante) oito anos e não foi muito bem não. O povo não gostou não. É só fazer pesquisa para ver".
E ai seu Serraglio, pode ser ou está dificíl?

BOMBA-Carta de Carceroni para Serraglio

Deputado. Osmar Serraglio

Qual é o motivo do seu desinteresse pela corrupção em Furnas e o caixa 2 do PSDB em 2002. Afinal este é um dos objetos de sua investigação. O mineiro Nilton Monteiro afirma que possui o original do documento, assinado por Dimas Toledo, sobre a corrupção em Furnas, comprovando o caixa 2. E mais, Nilton afirma ter vários recibos assinados por beneficiários do esquema de caixa 2 de Furnas, comprovando o conteúdo do documento. Ele disse em entrevista: "A corda está arrebentando. Eu estou pedindo pelo amor de Deus para ir na CPI dos Correios. Me coloca para ir hoje, amanhã, eu preciso ir. Eu já protocolei um pedido.

Porque eu vou mostrar como é feito crime nesse Brasil, como é que o PSDB cometeu tanto crime e está tão certinho. "
Veja a entrevista completa que concedeu, abaixo, neste último dia 9. Qual é o motivo do seu desinteresse no caso. Falta de curiosidade ou de tempo, não acredito? Nilton teve sua convocação aprovada em Agosto de 2005 e até agora não foi encontrado tempo para ouvi-lo? Tenha a paciência deputado. De que jogo de interesses o senhor participa? Qual é o motivo para tanta omissão e a quem ela serve? Desminta a minha desconfiança cada vez maior nesta CPI, no seu relator e no congresso. Convoque e ouça o que tem a dizer Nilton Monteiro. Deixe que ele mostre, se diz a verdade ou não. Se Nilton acusa deve ser ouvido primeiro e se Dimas Toledo nega e desmente deve ser ouvido depois, para exercer seu direito de defesa. Ao acusador cabe provar a sua acusação. Ouvir só aquele que vai negar, sem conhecer a acusação e os documentos que a sustentam é ridículo e desonesto. O Brasil precisa de investigações sérias. O Brasil merece a verdade!


Luiz Fernando Carceroni
31 9806 9050

PS. Informo que esta carta se tornara pública e será enviada para todo o país, em face da gravidade do assunto e do interesse de todos os brasileiros, em jogo.

Comunidade Eu acredito na lista de Furnas
Carta O Berro.



(encaminhado por Neusa Penha Carneiro)

"Me sinto frustrado por não ter diploma", diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, durante visita ao Campus de Imperatriz da Universidade Federal do Maranhão, que se sente frustrado por não ter um diploma universitário. "Não tenho um diploma universitário, não pude fazer uma faculdade, mas não me orgulho disso", afirmou.

Segundo o presidente, os investimentos do governo federal em educação são "para dar aos jovens de hoje um diploma". "Porque sei que tendo diploma e profissão (os jovens) vão poder garantir para a família deles um mundo muito melhor", disse.

Lula comparou os investimentos em seu governo com os do anterior de Fernando Henrique Cardoso. "Quando ganhei as eleições o País gastava R$ 2 bilhões com agricultura familiar, e hoje são gastos R$ 9 bilhões. Quando eu assumi, gastava-se R$ 7 bilhões em programas sociais; hoje gastamos R$ 22 bilhões", frisou.

O presidente lembrou que os investimentos são necessários para formar um País competitivo. "O Brasil, se quiser competir com os Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, China, Índia, Itália, França, não podemos ficar chorando 'que é pobre'. A gente tem que levantar a cabeça e investir na educação", disse Lula.

Lula finalizou dizendo que se sente realizado pelas conquistas que o Brasil teve na educação. "Saio daqui com a alma lavada não fiz tudo que ainda precisava fazer", afirmou. Ele disse ainda que acredita que o seu governo fez muito mais do que uma "elite" que governou o País por "mais de 500 anos".
Serra ou Alckmin?
Jasson de Oliveira Andrade

A pesquisa Sensus, dando a vitória de Lula sobre Serra, numa simulação de segundo turno, com uma diferença de 10 pontos (no Datafolha a diferença é de 5 pontos), estourou como bomba nas hostes tucanas. A alegria anterior está desfeita. Não tinham pressa na escolha de seu candidato, embora a briga entre Serra e Alckmin fosse grande. Agora eles têm urgência em definir quem será o candidato, mas a disputa ainda continua acirrada. No entanto, o dilema entre qual deles poderá vencer o presidente é uma realidade. Um jornal guaçuano, em editorial, constatou: “Os tucanos de alta plumagem tentarão chegar a um consenso entre Serra e Alckmin. A realidade é que ninguém, nem mesmo o PSDB, esperava que Lula aparecesse crescendo nas pesquisas. A eleição era encarada como um passeio, independentemente de quem fosse o candidato. Mais uma vez a política mostrou não ser uma ciência exata”. O consenso está difícil, diz Josias de Souza, no seu Blog: “A bruxa baixou no ninho tucano. À medida que avançam as articulações internas do PSDB para definir o seu candidato à presidência da República, vai ficando claro que o tucanato tem um estilo peculiar de perseguir o consenso. Quanto mais conversam, menos se entendem”.
Serra e Alckmin, em público, parecem bons amigos. Nos bastidores, um procura derrubar o outro. Os serristas se queixam: os defeitos de Alckmin – “falta de visão nacional, lentidão administrativa” – passam praticamente em branco, porque Alckmin não recebe críticas. Ao contrário, em São Paulo conta com uma avaliação estupenda, dizem eles, informa Dora Kramer, no Estadão. Segundo ela, os serristas alegam que o mito do bom administrador é isso, um mito. Atrasou obras – do metrô e do Rodoanel -, só fez continuar os planos concebidos pelo falecido governador Mário Covas e hoje tem problemas para gastar R$ 5 bilhões que tem em caixa. Já os alckmistas criticam Serra. A mesma jornalista, em outro artigo, afirma que eles procuram derrubar o prefeito de São Paulo, criticando a sua possível renúncia ao cargo. Segundo os alckmistas, “na eleição da ética o prefeito irritará o eleitorado e dará armas ao inimigo se faltar com a palavra e for exposto por sua “mentira” (sim, a expressão usada é esta mesma, crua e direta), acrescenta Dora Kramer. A jornalista tem razão. Os deputados ligados ao governador Alckmin, seja federal ou estadual, batem nessa mesma tecla. A deputado federal Zulaiê Cobra (PSDB-SP), declarou à Carta Capital: “Serra quer muito ser candidato, mas terá grande dificuldade em sair da prefeitura”. Na reportagem de um jornal guaçuano, “Célia [Leão] quer Alckmin para presidente”, a deputada estadual tucana declarou: “Ela [a candidatura de Alckmin] é mais natural, porque o Alckmin já concluiu sua missão de governar o Estado. O Serra assumiu a prefeitura de uma das maiores cidades do mundo há pouco mais de ano e os moradores de São Paulo votaram nele para administrar o município. Seria prematuro deixar a prefeitura agora”. Sobre o assunto, a revista Época, de 13/2/2006, traz essa notícia: “Tucanos [alckimistas] e petistas recuperaram um vídeo de pouco mais de dois minutos, mas com prolongado efeito constrangedor sobre José Serra. Nele, respondendo a pergunta de Boris Casoy durante debate da eleição paulistana de 2004, Serra se compromete a cumprir os quatro anos de mandato e pediu que não votem mais nele caso renuncie antes da hora”. A revista transcreve trechos do debate: SERRA: “Eu assumo este compromisso [de ficar quatro anos], embora adversários gostem de dizer que eu vou sair para me candidatar a presidente da República. Não”. CASOY: “Se não o fizer, pede ao eleitor que não vote no senhor?”. SERRA: “Está assumido o compromisso nos termos que você disse”. Pesquisas dizem que o eleitor não se importa que o prefeito saia para ser candidato à presidência. Assisti essa parte do debate (ele me foi enviado por email). A impressão que tenho: responder a uma pergunta é uma coisa, ver o debate é outra. Caso o debate seja apresentado na propaganda eleitoral, poderá ser desastroso para Serra. É o que penso. Em Mogi Guaçu tivemos um caso parecido! Para piorar, deu na pesquisa do Datafolha: “Em SP, 50% não querem Serra fora da Prefeitura”.
Os cardeais tucanos (Fernando Henrique Cardoso, senador Tasso Jereissati, presidente do PSDB, e o governador Aécio Neves) se reuniram com José Serra, no SOFISTICADO, como o designa o Estadão, restaurante Massimo, deixando de lado Alckmin. Depois dessa reunião, o Estadão deu essa manchete: “Serra diz que aceita [ser candidato], se for unanimidade no PSDB”. Descobertos, alguns dos cardeais tucanos procuraram se justificar. Segundo a Folha, Serra disse que na reunião “foi falado de eleição presidencial , mas o assunto não era o principal tema da noite”. Adiante informa o jornal: “Antes de deixar o restaurante, FHC disse que era um jantar para comemoração da eleição do novo líder da bancada do PSDB. [serrista]. Como o eleito, Jutahy Magalhães (BA), não estava justificou: “O amor é tanto que a gente comemora até na ausência dele”. Sem comentários! No Estadão, o mesmo Fernando Henrique se justificou: “Ele [Alckmin] foi convidado, claro. Mas não veio porque tinha de acordar cedo”. No mesmo jornal: “Ontem [17/2], o governador informou que não foi convidado, desmentindo Fernando Henrique”. Jander Ramon, do Estadão, na reportagem “Prefeito nega problemas entre ele e o governador”, afirma: “Serra garantiu que os dois [ele e Alckmin] mantêm conversas normais, em tom amigável. O prefeito disse que de manhã não compareceu no evento na USP da zona leste, organizado pelo governo estadual, por não se sentir bem fisicamente.” Acredite quem quiser! O prefeito ainda tentou esclarecer a reunião-jantar: “O governador não foi convidado porque não foi uma coisa planejada” [FHC afirmou que Alckmin foi convidado, mas não compareceu porque tinha que acordar cedo]. Esta declaração confirma que o encontro foi secreto!
A reunião ou “A Ceia dos Cardeais”, como a definiu a Folha em Editorial, revoltou os tucanos que se consideram “excluídos”. É o caso do governador de Goiás, Marconi Perillo, que, em entrevista à Folha, desabafou: “O PSDB precisa dar uma demonstração de democracia. Sou o mais antigo governador do PSDB. Não admito que decidam por mim. Esse modelo encheu o saco de todo o partido”.
Quem será o candidato? Por essa reunião dos cardeais tucanos, realizada em 17 de fevereiro, ficou claro que o escolhido será o prefeito José Serra, mas até março (qual a data?) a farsa de quem vai ser o candidato continuará. Qual será a reação de Alckmin depois da Ceia dos Cardeais? Apoiará Serra caso ele seja, como parece, o escolhido? Vamos esperar.


JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu
CPI das Privatizações

Jasson de Oliveira Andrade



Na opinião de Elio Gaspari, a criação da CPI da Privataria é a
primeira boa notícia de 2006. Segundo ele: "Parece coisa do passado, mas é
uma oportunidade para pensar no futuro. Num ano eleitoral permitirá a
observação do comportamento do tucanato diante do exame da roupa suja que
deixou para trás. Se não for ABAFADA (destaque meu), investigará as
privatizações ocorridas entre 1990 e 2002". O jornalista afirma ainda:
"Grampos telefônicos, editais self-service, consórcios incestuosos e
contratos de gaveta deram componentes escandalosos ao processo. O apagão de
2001 [governo FHC] e as tarifas lunares IMPOSTAS (destaque meu) por
concessionários retrógrados foram as duas principais seqüelas dessa festa".

Em 20/11/1999, no extinto Jornal do Guaçu, escrevi um artigo, "O
Brasil privatizado", no qual comentava o livro de Aloysio Biomdi, que morria
8 meses depois dele escrito, a 21/7/2000. Grande perda para o Brasil!

A seguir se vai ler o que escrevi naquela época e que é bem
atual, caso funcione a CPI das privatizações.

"O economista Aloysio Biondi escreveu um pequeno grande livro,
focalizando as privatizações no Brasil. Por esse livro, "O Brasil
Privatizado", podemos constatar que existem privatização e "privatização". A
respeito da primeira, ensina Biondi: "A febre da privatização e o impulso ao
chamado neoliberalismo teve seu ponto de partida na Inglaterra, com a
primeira-ministra Margaret Thatcher. Mas mesmo a "dama de ferro" fez tudo
diferente do governo Fernando Henrique Cardoso: a privatização inglesa não
representou a doação de empresas estatais, a preços baixos, a poucos grupos
empresariais [como aconteceu no Brasil]. Ao contrário: seu objetivo foi
exatamente a "pulverização" das ações, isto é, transformar o maior número
possível de cidadãos ingleses em "donos" de ações, acionistas das empresas
privatizadas".

Já a "privatização" à brasileira (Collor e FHC) é diferente. Ao
invés de democratizá-la, concentra a venda a poucos privilegiados. Além
disso, existiram facilitações, as quais, segundo Biondi, transformaram-na em
um "negócio da China". Praticamente, a "privatização" foi uma doação.

E os benefícios que as "privatizações" trouxeram ao Brasil?
Segundo Biondi, o governo dizia que o dinheiro arrecadado com a venda
serviria para reduzir a dívida interna (do governo federal e dos estados). O
economista afirmou que aconteceu o contrário: "o governo "engoliu" (assumiu)
dívidas de todos os tipos das estatais vendidas, isto é, a privatização
acabou por aumentar a dívida interna". Disse ainda Biondi: "as empresas
multinacionais ou brasileiras que "compraram" as estatais não usaram capital
próprio, dinheiro delas mesmas, mas, em vez disso, tomaram empréstimos lá
fora para fechar os negócios. Assim, aumentaram a dívida externa do Brasil.
(...) Em resumo: as privatizações agravaram o "rombo" externo e o "rombo'
interno. A política de crédito do BNDES (aos "compradores") agravou a
recessão (e, consequentemente, o desemprego)".

Um fato que endossa as críticas de Aloysio Biondi são as
declarações do empresário Antonio Ermírio de Moraes ao jornalista Antonio
Carlos Seidl (Folha, 3/11/1999). Ao comentar a decisão do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de financiar grupos
estrangeiros no leilão (privatização) da energética paulista Tietê (CESP),
ele disse: "Para o capital de fora é até vergonhoso [na minha opinião
vergonhoso foi FHC permitir isso]. Que tragam o seu dinheiro para cá. Nós
somos pobres e eles são milionários. Por que precisam da gente? [gente aí é
FHC]. É UM ABSURDO (destaque meu). O ponto básico é esse: tragam o dinheiro
para cá, mas não chupem os cofres daqui, que já são tão limitados".

Eis aí o retrato do "Brasil privatizado". Pelo menos Collor
(Fernando I) e FHC (Fernando II) poderiam ter imitado Margaret Thatcher!"

Voltando a Elio Gaspari. No seu artigo "Enfim, chegou a CPI da
Privataria' (Folha, 18/1/2006), ele faz essa gravíssima denuncia: "O exame
da privataria pode ter um alcance superior à simples curiosidade fofoqueira
em cima dos grandes patrimônios amealhados no período. (Fofoca: é provável
que as privatizações tenham produzido as mais rápidas fortunas da história
nacional. Nunca tanta gente ganhou tanto dinheiro em tão pouco tempo, sem
produzir um só prego)". Essa revelação de Elio Gaspari não me provocou
apenas ENJÔO, mas INDIGNAÇÃO.

Os tucanos não poderão contar com o que seria seu grande trunfo:
a falta de memória do eleitor. Jornalista como Elio Gaspari e outros, além
dos petistas estão aí para refrescar a memória do eleitor. Aliás, foi o que
fiz em 2002 em carta à revista CartaCapital. Na época, relembrei: " Como
ministro do Planejamento, sua gestão [de José Serra] foi desastrosa: não
evitou 11 milhões de desempregados e também o famigerado "apagão". Na
campanha, procura esconder que foi ministro do Planejamento. Um
"esquecimento", no mínimo, suspeito." Agora, em 2006, ele está bem cotado
para ser presidente. Devemos refrescar a memória dos eleitores. Se quiserem
elegê-lo, que o façam conhecendo-o!

As privatizações foram uma vergonha (Serra como ministro do
Planejamento também não foi culpado?). Vamos ver se teremos mesmo a CPI das
privatizações. Ou ela será abafada?

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

Tuesday, February 21, 2006

21/02/2006 - Petistas vêem erros em relatório de ACM Neto

Parlamentares do PT que compõem a CPMI dos Correios condenaram a postura do sub-relator de Fundos de Pensão da comissão, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), que divulgou nesta terça-feira um relatório sobre uma suposta ligação de 12 fundos de pensão com o chamado "valerioduto". Para o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), o pefelista apresentou dados equivocados para tentar vincular fundos de pensão federais aos bancos Rural e BMG.
Para Abicalil, "a manobra do deputado ACM Neto pariu um rato". "O método que ele adotou não permite a correção monetária dos valores. Perde-se a noção da grandeza, sem sabermos qual o universo de movimentação que foi realizado. Além disso, as gestões dos fundos de pensão em 2002 e 2004 fizeram movimentos rigorosamente idênticos", afirmou o deputado.
O petista argumenta que as aplicações realizadas pelos fundos federais nos bancos Rural e BMG foram as mesmas realizadas pelos fundos privados. "O relator não observa que nesses mesmos bancos outros fundos fizeram rigorosamente as mesmas aplicações no período analisado. Não foi uma operação anômala. As movimentações não foram atípicas, uma vez que, no conjunto dos fundos, os movimentos foram similares entre federais e privados", afirmou.
Carlos Abicalil questionou ainda a atitude de ACM Neto, que queria convocar uma entrevista coletiva para divulgar o relatório. "Ele tinha armado uma coletiva. Mas isso é completamente avesso à ordem dos trabalhos, até porque na pauta não havia previsão para a apresentação de relatório de qualquer espécie", afirmou.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) também contestou os dados apresentados pelo deputado ACM Neto. A senadora apresentou um documento elaborado pela Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, responsável pelo acompanhamento do sistema de previdência privada, que registra as aplicações de todos os fundos nos bancos Rural e BMG.
Segundo ela, os fundos estaduais e fundos privados investiram de forma mais concentrada nos dois bancos do que os fundos patrocinados por empresas federais, foco da investigação do sub-relator de Fundos de Pensão. "Só posso concluir que houve vantagem de mercado para atrair investimentos para esses bancos", destacou.
Ideli também contestou a afirmação de ACM Neto de que haveria coincidência entre resultados de aplicações dos fundos e os saques realizados pelo publicitário Marcos Valério de Souza para abastecer o suposto esquema de "mensalão".
Apontando os gráficos apresentados pelo sub-relator, a senadora mostrou que os maiores saques ocorreram em momentos em que não houve aplicações.
Temos que partir pra cima deles!

21/02/2006 - PT entrou hoje com ação contra FHC

O Partido dos Trabalhadores distribuiu hoje, por volta das 14h, na Vara Criminal do Foro Regional da Lapa, em São Paulo, uma queixa-crime contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por crime de difamação contra o partido.

A ação tem por base declarações de FHC em entrevista à revista Isto É de 8 de fevereiro, em que afirma, por exemplo, que “a ética do PT é roubar”, dentre outras ofensas.

Segundo a ação movida pelo PT, o ex-presidente “extrapolou os limites do direito de opinião e de manifestação do pensamento para atingir ilicitamente a honra do Partido dos Trabalhadores, ofendendo sua reputação perante todos os brasileiros e em especial os seus filiados”. O partido entende que essas declarações são ofensivas à sua credibilidade e respeitabilidade.

No texto da ação, o partido lamenta o fato de ser obrigado a propor medida penal contra um ex-presidente da República, mas afirma não poder “furtar-se a ela em razão da gravidade das ofensas propaladas” por FHC. “Ofensas, aliás, incompatíveis com o próprio status de ex-titular da mais alta função republicana, a quem competiria manter a serenidade e a distância de manifestações políticas que transbordem os limites da legalidade e caracterizem crimes contra a honra”.

Segundo informa o advogado João Piza, representante legal do PT neste processo, o partido entrará com outra ação, ainda sem data definida, responsabilizando civilmente o ex-presidente por danos morais pelas ofensas proferidas.
EM NOME DO FILHO

A chave para decifrar o caixa 2 de Furnas pode estar na “milionária” campanha de Dimas Toledo Jr. em 2002
Por Leandro Fortes e Márcia Maria - *Carta Capital


Durante o depoimento do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo à CPI dos Correios, na noite da quarta-feira 15, parlamentares do PSDB e do PFL desfiaram inúmeros argumentos para desmontar a “Lista de Furnas”, a relação de 156 políticos supostamente beneficiados pelo caixa 2 de R$ 40 milhões da estatal.
Um dos mais recorrentes dizia respeito ao aparecimento, entre os listados, de Dimas Fabiano Toledo Júnior, eleito deputado estadual em Minas Gerais pelo PP. “Não acredito que alguém seria tão burro de produzir uma lista como essa e, ainda por cima, incluir o nome do próprio filho”, discursou o deputado federal Eduardo Paes (PSDB-RJ), que aparece no documento como beneficiário de R$ 250 mil.
As ponderações dos parlamentares a respeito da autenticidade da lista devem ser levadas em conta. Há várias “pegadinhas” no papelório, a começar pelo fato de o original nunca ter aparecido. O que circula no Congresso e nas redações é uma cópia xerox, insuficiente para atestar a veracidade da lista.
O documento traz a expressão “recursos não-contabilizados”, termo cunhado pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares meses depois do período em que supostamente Dimas Toledo teria entregado a relação ao lobista Nilton Monteiro. Além disso, é difícil entender por que o autor incluiria o nome do próprio filho em uma tramóia cujo objetivo final era servir de instrumento de chantagem.
Nego tudo.O ex-diretor de Furnas diz que a lista é “farsa absurda”Isso não significa que as investigações sobre o caixa 2 de Furnas devem ser enterradas e que a lista não passa de chantagem dos governistas, como querem fazer parecer o PFL e o PSDB. E é aí que Dimas Toledo Júnior volta à cena.
Eleito em 2002, o filho do diretor de Furnas foi o segundo colocado em gastos eleitorais entre os deputados estaduais mineiros. Oficialmente, o comitê de “Diminhas” desembolsou R$ 453,2 mil para levá-lo à Assembléia Legislativa.
Quem acompanhou a disputa eleitoral em Minas diz, porém, que os gastos do deputado foram bem maiores, a ponto de causar divergência entre candidatos que apoiavam o tucano Aécio Neves na corrida ao governo.
Os políticos reclamavam das desvantagens na disputa diante da “milionária” campanha do filho do diretor de Furnas. Nos corredores da Assembléia, é visível o constrangimento de deputados com a ascensão de Dimas Júnior na política mineira. De vereador em Varginha, no sul de Minas, com cerca de 1.800 votos, ele pulou para o posto de terceiro deputado estadual mais bem votado, com 79 mil votos.
Na prestação de contas de Dimas Júnior, constam da lista dos doadores oito altos funcionários ou ex-funcionários de Furnas. O ex-gerente do departamento de Construção de Transmissão Sul destinou R$ 10 mil. Clécio de Miranda Lima, engenheiro da equipe do Escritório de Construção Mogi Guaçu na obra da linha de transmissão de Ivaiporã–Itaberá, R$ 12 mil. O ex-funcionário do Departamento de Engenharia Elétrica Hamilton Pinto das Chagas, R$ 10 mil; o assistente da diretoria, em 2002, Gastão de Almeida Rocha, R$ 10 mil.
Há doações do ex-presidente de Furnas Luiz Laércio Simões Machado, no valor de R$ 10 mil, e do ex-diretor de Planejamento, Engenharia e Construção José Renato Simões Machado, também de R$ 10 mil. Funcionário de Furnas por 30 anos, Miguel Khair Filho, atual dirigente da empresa Workinvest – da qual Furnas é cliente –, doou R$ 70 mil. Outro dirigente da mesma Workinvest, Paulo Fernando Veiga do Amaral, deu outros R$ 70 mil ao filho do ex-diretor de Engenharia da estatal de energia elétrica.
O deputado Dimas Júnior, por meio da assessoria de imprensa, avisou que não vai falar sobre o assunto. Há mais de três meses nas mãos de jornalistas e policiais federais, a chamada “Lista de Furnas” entrou oficialmente para o rol de segredos inconfessáveis da República durante o depoimento de Dimas Toledo, o pai, à CPI.
O ex-diretor da estatal compareceu à sala de sessões da comissão amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal. Mas nem isso lhe deu tranqüilidade. Suado e trêmulo, teve de recorrer a textos preparados por advogados para encenar o óbvio papel de vítima. Negou tudo, como era de esperar, mas foi pouco convincente, apesar da forma reverencial com que a oposição o tratou em plenário.
Explica-se: embora paire sobre Dimas a desconfiança de que ele operou também para o PT, a lista de 156 nomes do caixa 2 de Furnas trata, basicamente, de políticos do PSDB, PFL e outros menos importantes da base parlamentar do governo Fernando Henrique Cardoso. Boa parte dos nomes citados no papel faz parte da comissão de frente da CPI que, há sete meses, joga pedra no PT e no governo federal por conta do suposto “mensalão”.
O herdeiro e o algoz.O deputado teve a segunda campanha mais cara. Ele aparece na lista supostamente entregue pelo pai a Nilton MonteiroTanto foi assim que o senador Arthur Virgilio (AM), líder do PSDB no Senado e algoz titular do governo Lula no Congresso, praticamente esqueceu-se de inquirir Dimas Toledo e assumiu uma posição de defensor do ex-diretor de Furnas.
Isso porque, enquanto pôde, voltou todas as cargas para o lobista mineiro Nilton Monteiro, acusado de ter forjado a lista. Gastou um tempo além do razoável para elencar um sem-número de processos judiciais nos quais Monteiro estaria envolvido, um esforço indisfarçável para evitar a convocação do lobista. Foi um dos poucos momentos em que Dimas respirou com mais tranqüilidade.
Os oposicionistas citados na lista tornaram-se vítimas da própria dinâmica que impuseram às investigações. Enquanto o jogo resumiu-se em atacar o PT e o governo, tudo era permitido, sem nenhuma ponderação. A CPI dos Bingos, apelidada “CPI do Fim do Mundo”, está aí para provar. A maior parte dos depoimentos lá tomados pouco tem a ver com o fato inspirador da criação da comissão. Em compensação, sobram convocações de toda e qualquer “testemunha”, por mais duvidosos que sejam o seu passado e suas intenções, que acrescentem lenha na fogueira do suposto conluio para os assassinatos de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, e de Toninho do PT, ex-prefeito de Campinas, ou que corroborem a fantástica história da doação clandestina de Cuba à campanha de Lula em 2004.
“Esta comissão não se deve deixar cevar pelo discurso da desqualificação do depoente, uma vez que já ouvimos o doleiro Toninho da Barcelona e o juiz João Carlos da Rocha Mattos, ambos condenados pela Justiça”, lembrou a senadora Ideli Salvati (PT-SC). À CPI, Dimas Toledo classificou a lista de “farsa absurda” e acusou o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de mentir.
Em depoimento à PF, Jefferson afirmou ter recebido R$ 75 mil do caixa 2 da estatal, na eleição de 2002. Foi essa declaração de Jefferson que deu alguma credibilidade à “Lista de Furnas”, até então tratada com ceticismo pela maioria dos parlamentares e da imprensa. Toledo nega o repasse ao ex-presidente do PTB e garante que tudo não passa de armação de Nilton Monteiro. Mas, ao falar do desafeto, acabou se confundindo. “Ele me ameaçou, dizendo que era do Partido Trabalhista”, falou, quando perguntado das relações com o lobista. E, em seguida, emendou: “Do PT, ele era do PT”.
O ex-diretor de Furnas desmentiu a versão de Monteiro, dada à PF, de que teria se encontrado com políticos e empresários de Minas Gerais durante a campanha de 2002. Também disse desconhecer Cláudio Mourão, ex-tesoureiro de campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), pioneiro nas relações subterrâneas com o dinheiro das empresas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.
Com Roberto Jefferson, disse só ter se encontrado uma vez, no Rio, quando tentou convencê-lo da vantagem de se ter um técnico de Furnas, ele mesmo, na diretoria da empresa. Independentemente da autenticidade da lista, não é de hoje que Toledo é apontado como arrecadador de campanhas políticas, durante a era FHC, junto às empresas fornecedoras de insumos e serviços da estatal elétrica.
Teria sobrevivido à mudança de governo graças à perspectiva de continuar esse tipo de operação para o Partido dos Trabalhadores e outras siglas da base governista, inclusive o PTB. Ele afirmou que mantinha “contatos freqüentes” com o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira para tratar de “problemas institucionais”.
“Uma vez, perguntei a ele (Sílvio) se o governo estaria dando meu cargo, e ele disse que desconhecia a informação.” Toledo garantiu à CPI ter permanecido na diretoria da estatal por decisão da ministra Dilma Rousseff, então titular da pasta de Minas e Energia. O encontro com Roberto Jefferson, segundo ele, teria sido marcado para garantir sua permanência no cargo a partir de critérios “técnicos”.
Na PF, o ex-deputado do PTB contou outra versão. Dimas teria garantido um pagamento de R$ 3 milhões mensais, divididos entre PT e PTB, para ficar no cargo. O ex-diretor, novamente, negou a existência dessa transação.


Monday, February 20, 2006

Gente Boa - * O Globo

TURMA VIP: escoltados pelas seguranças, eles seguem sob vaia do povão para o espaço privilegiado do showForam os 100 metros mais difíceis da vida dos 3.500 VIPs convidados para o espaço da Claro Motorola no show dos Rolling Stones.

Eles saíam com suas camisetas, onde estava escrito um imenso VIP, da porta do Hotel Excelsior, na esquina da Fernando Mendes com Atlântica, e tinham que caminhar até o outro lado da rua onde teriam o privilégio de ver o show praticamente olho no olho com Mick Jagger. O grupo saía em blocos de 20 pessoas, cercado por dez seguranças. Na curta travessia da Atlântica era vaiado de todas as maneiras e com todas as piadinhas pelo povão até a areia segura do camarote.

O espaço VIP era cercado de mordomias por todos lados, uma profusão de doces, salgados, sorvetes, cervejas e um escondidinho de calabresa que serviu quase como jantar. Mesmo assim, na hora de botar o gogó para funcionar, os VIPs deixaram a desejar. Frios. Ellen Jabour subiu nos ombros do namorado Rodrigo Santoro, Cleo Pires apareceu no telão cantando.
Mas a turma parecia querer mais fotografar o show, e se fotografar, do que instalar um comportamento rock no pedaço. Enquanto a multidão se espremia no resto da praia, entre os VIPs sobrou espaço. Estavam lá globais de diversas importâncias, mas a grande maioria era de ilustres desconhecidos confirmando a tese de que o Brasil não tem, não podia ter, 3.500 VIPs.

O senador Delcídio Amaral compareceu com a maior de todas as camisetas, quase um abadá. Dizia que “Simpathy for the devil” seria uma boa trilha sonora para as CPIs do Planalto.
Bono Almoça com Lula - * O Globo Online

BRASÍLIA - Antes da música, o engajamento. Dizendo realizar um sonho por colocar os pés em Brasília, o líder do U2, Bono Vox, encontrou-se neste domingo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conversar sobre o combate à pobreza e à desigualdade. Sua simpatia na chegada à Granja do Torto causou alvoroço. Ele deixou o local pouco depois das 16h, depois de quase duas horas de encontro, onde prometeu doar a guitarra dos shows para o programa social Fome Zero.
Lula e Bono conversaram sobre programas do governo e ações de combate à pobreza no Brasil e no mundo. Lula ouviu elogios a sua atuação na luta contra a fome e deu a Bono uma camiseta da Seleção Brasileira, além de publicações sobre os projetos do Palácio do Planalto. O vocalista disse que estava ansioso para se encontrar com Lula.
— Estou muito, muito ansioso. Tenho expectativa de encontrar o presidente porque ele luta não apenas contra a pobreza no Brasil, mas também luta contra a pobreza em todo o mundo, na África. Estou ansioso por causa disso — disse Bono, que fez um tour turístico pela capital com o ministro Gilberto Gil antes de ir para o aeroporto.
Lula falou dos programas sociais do governo e mostrou a Bono sementes de mamona, dendê e outras oleoginosas usadas na produção do biodiesel.
O U2 desembarcou no Brasil na manhã deste domingo. Bono Vox, The Edge, Larry Mullen Jr. e Adam Clayton, que estavam no México, chegaram no fim da madrugada ao Aeroporto de Cumbica, dando autógrafos e muita atenção aos fãs. Bono chegou a abraçar e tirar fotos com alguns deles. ( Veja aqui as imagens da chegada )
O U2 toca segunda e terça-feira, nos únicos shows da turnê Vertigo no Brasil, com abertura dos escoceses do Franz Ferdinand. A movimentação de fãs não pára de crescer. Os acampados estão recebendo água e comida de voluntários.

Sunday, February 19, 2006

POLÍTICOS VIPs.

Fui ao Show. Não vi e quase não ouvi. Quem estava na parte de traz só via os coqueiros da praia de Copacabana e os postos de observação da PM, que impediam a visão do telão, que por sinal só tinha um no centro do palco e duas “telinhas” nas laterais.
Assim que os Stones pisaram no palco, helicópteros da PM começaram a sobrevoar a área e só o que ouvíamos era o barulho dos motores.
Afro Reggae e Titãs que abriram o show cantaram praticamente no escuro, já que o palco só foi iluminado completamente para a banda principal, mas deram um show a parte, principalmente Titãs, que cantaram clássicos inesquecíveis de seu repertório.
Para um show desse porte e com o número de pessoas que estava na praia, achei que foi relativamente calmo, exceto por pequenos incidentes já esperados nesse tipo de evento.
Na verdade, o grande espetáculo ficou mesmo por conta da nossa violenta e truculenta polícia militar, que partia pra cima de prováveis suspeitos com golpes de cacetetes, principalmente nos corredores dos banheiros químicos, onde podiam praticar suas arbitrariedades em relativo anonimato.
Mas, a grande vergonha mesmo ficou por conta da tal área VIP que solapou o espaço da galera que realmente agita. Os tais VIPs estavam confortavelmente instalados na frente do palco, num espaço cercado por grades.
Caracterizando um verdadeiro apartheid social em plena praia de Copacabana. Justo Copacabana! Templo de todas as tribos.
VIPs que não se empolgaram com as músicas dos Stones e não conseguiram transmitir energia para o massa que se aglomerava na areia, no calçadão, na pista, nas árvores, em cima dos banheiros e em qualquer canto que lhes permitissem assistir a apresentação.
VIPs que estavam ali para aparecer nas páginas das Caras e bocas da vida e Quem Acontece. VIPs selecionados pela breguíssima, Collorida e emergente Alicinha Cavalcanti (lembram que ela apareceu na época de Collor?).
Entre eles estavam os nossos parlamentares e membros das CPIs, ACM Neto e Delcídio Amaral, que literalmente faziam parte da Casa Grande, enquanto a massa na senzala, se acotovelava para ter direito a assistir a um show que lhes foi oferecido de graça, mas que na verdade a sua presença ali só servia para fazer número.
ACM Neto e Delcídio estavam ali enquanto legítimos representantes dessa elite decadente que há anos domina o nosso país. Só esta atitude já seria o bastante para confirmar que este senhor não merece ter uma carteirinha de filiação ao Partido dos Trabalhadores, que dirá pretender ser candidato ao governo do Mato Grosso do Sul pela nossa legenda.
Ao que me consta à praia é um espaço público e democrático, não é propriedade do Srs. César e Rodrigo Maia e nem da Dona Alicinha Cavalcanti. Não pode ser cercada para promover segregação social.
Diante do absurdo a galera se revoltou e hostilizou os tais VIPs. Não sou favorável a este tipo de atitude, mas também não posso aceitar tamanho desrespeito com a população que paga os seus impostos e é obrigada a passar por esse tipo de constrangimento.
Políticos que compactuam com esse tipo de prática estão faltando com o respeito ao povo.
Que os organizadores deste tipo de evento, da próxima vez não se esqueçam que a praia não tem dono e se quiserem organizar um show para VIPs, o façam em uma casa fechada, onde quem puder pagar pague.
E não deixe o povão sem opção dentro de um evento grátis, sem poder escolher o melhor espaço para assistir ao show, porque uma grande extensão da praia estava reservada para a classe dominante.



Em ano de eleição, políticos aparecem em show do Stones

JANAINA LAGEMÁRCIO DINIZda Folha Online, no Rio

Não foram só famosos e artistas, políticos também disputaram ingressos da área VIP do show do Rolling Stones no Rio de Janeiro, que ocorre neste sábado na praia de Copacabana --mais de um milhão estão no local.
Em ano de eleição, a atenção das câmeras e a oportunidade de dar entrevistas não é desperdiçada.Entre as figuras que circulam pelo local estão os deputados Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) e Rodrigo Maia (PFL-RJ), o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB) e o ministro da Cultura, Gilberto Gil.
O ministro, aliás, é um dos mais empolgados, e até subiu na grade para ver o palco melhor."Minha geração é fã dos Stones. É um privilégio o Brasil ter um show desses", afirmou Aécio Neves, conhecido como amante de festas.
Ele estava no camarote com amigos e acompanhado da atriz Maite Proença.Já Delcídio Amaral, que já viu o show da banda no exterior, afirmou ser um "macaco de auditório" dos Stones. As músicas preferidas dele são "Gimme Shelter", "Brown Sugar" e "Simpathy for the devil".
Na área VIP só entrou quem tinha convite e uma camiseta feita especialmente para o evento. Mesmo assim, foi possível ver alguns "bicos" tentando convencer o segurança a liberar a entrada.
"Sou amigo de fulano", tentava se explicar um.Entre os convidados estavam ainda Roberto de Carvalho, que apareceu sem Rita Lee, Arnaldo Antunes, Maria Paula, o cantor Simoninha, Cauã Reymond, Malu Mader e Marcelo Serrado.

Saturday, February 18, 2006




Agora eles dizem que é a Marta quem ataca FHC. Ele diz que a ética do PT é roubar e nós não podemos rebater? Essa Falha de São Paulo é uma piada!

Marta ataca FHC e diz que tucanos perdem na discussão sobre ética
MAURÍCIO SIMIONATOda Agência Folha, em Campinas.

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, que disputa com o senador Aloizio Mercadante (SP) a indicação do PT à sucessão do governo do Estado, disse hoje que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tenta levar a discussão eleitoral para "o campo ético" porque nas áreas social e econômica os dados são "devastadores" a favor do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marta declarou ainda que, se o ex-presidente tucano insistir em levar a discussão para o campo ético, perderá também por causa de casos como "as privatizações, a compra de votos para a reeleição [do ex-presidente FHC] e o caso Sivam [Sistema de Vigilância da Amazônia, que sofreu denúncias de irregularidades durante a sua implantação]".
"Não adianta o presidente Fernando Henrique querer levar a disputa para o campo ético, que é o campo que ele pensa que lhe favorece, porque no campo social e econômico os dados são devastadores a favor do governo Lula na comparação.
Mas se ele quiser levar para o campo ético, nós [PT] podemos também. Porque as questões das privatizações, compra de votos e Sivam são lesivas ao erário".A declaração da ex-prefeita foi uma resposta ao ex-presidente tucano, que disse que "a ética do PT é roubar". "O Fernando Henrique colocou isso [questão ética] no centro, mas não acho que o eleitor vá querer uma discussão destas questões.
Acho que não podemos fugir de uma constatação do que ocorreu [denúncias de corrupção envolvendo o PT]. Foi muito difícil, mas agora temos [PT] é que ter providências rígidas e mostrar programas de governo.
"Marta disse que o PT não aceitará "perder a bandeira da ética". Ela visitou hoje cidades do interior de São Paulo e à tarde se reuniu com o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT).Ao comentar as recentes pesquisas eleitorais, Marta disse ainda que a tendência é de que a popularidade do presidente Lula continue crescendo nos próximos meses.
"Eu acredito que o presidente Lula só tende a crescer, porque agora começam a ser mostrada nacionalmente todas as conquistas. O que mudou é que o presidente agora está começando a poder colher e mostrar, porque em um governo você planta no início e colhe no terceiro ano e quarto ano", disse.
A ex-prefeita ainda criticou as gestões do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), que, segundo ela, "investem menos e não priorizam serviços públicos".

Friday, February 17, 2006

ZÉ DIRCEU APOIA MARTA PARA CANDIDATA AO GOVERNO DE SÃO PAULO.

Prezada companheira Marta,

Primeiramente, um grande e forte abraço aos companheiros e companheiras presentes nesta plenária.
Quero expressar minha confiança e apoio a você, Marta, como candidata ao governo do estado de São Paulo. Você está credenciada para disputar a preferência de nossa militância nas prévias democráticas convocadas pelo diretório regional.
A sua experiência política e administrativa frente à Prefeitura Municipal de São Paulo – implementando um governo de cunho marcadamente popular – e o seu mandato como deputada federal, a qualificam junto à nossa militância na disputa com o tucanato que há 12 anos comanda nosso estado.
A reeleição do Presidente Lula passa por São Paulo e a defesa de seu governo confunde-se com a sua administração na capital: prioridade no social, emprego, renda e educação; realizações vitoriosas do seu mandato frente à prefeitura da maior cidade do país. Além disso, a rápida recuperação das finanças do município e da capacidade administrativa da Prefeitura Municipal de São Paulo foram realizações que lhe credenciam para governar o estado.
Finalmente, a sua militância e o seu compromisso partidário, como dirigente de nosso PT, como deputada federal e como prefeita, são garantias de que seu governo mudará São Paulo. E é sempre bom lembrar que durante o seu governo construímos uma maioria sólida na Câmara Municipal e articulamos uma base de apoio na cidade que sustentaram nosso programa de realizações e mudanças.
Receba um forte abraço e boa sorte.

José Dirceu08 de fevereiro de 2006
Dirceu estará em Juíz de Fora.

Cesar Romero - Tribuna de Minas.

"Quem chegaO ex-ministro José Dirceu tem reserva para o dia 21, no Victory Hotel. Sua agenda na cidade, orquestrada pelo jornalista Kaka Guilhermino, inclui a participação em um ato público, no Sindicato dos Bancários, em comemoração aos 26 anos do PT."
Os desafios do Brasil
José Dirceu
Ex-chefe da Casa Civil - * Jornal do Brasil


Reinicio minha participação na imprensa, agora com regularidade, depois de uma longa ausência, durante os 30 meses em que ocupei o cargo de ministro-chefe da Casa Civil no governo do presidente Lula, e dos longos meses em que defendi meu mandato parlamentar. De 1980 a 2002, como parlamentar e presidente do PT, escrevi de tempos em tempos para, praticamente, todos os órgãos de nossa imprensa escrita.
Meu tema será o Brasil e seus desafios, o que já construímos e o que falta fazer, como fazer, como organizar as forças políticas e sociais para concluir o sonho dos que lutaram pela liberdade e independência, e consolidaram nossa nascente democracia.
Não existe nenhuma dúvida de que estamos alcançando um patamar de desenvolvimento que não tem retorno. Depois de realizar, nos últimos anos, algumas tarefas fundamentais, o Brasil está preparado para enfrentar seus desafios históricos, pôr fim à pobreza, consolidar uma democracia participativa, integrar-se e integrar a América do Sul.
Não foi pouco o que se realizou: estabilizar nossa economia e retomar o crescimento, com a criação de 3,57 milhões de empregos em três anos. Serão cinco milhões em quatro anos. O esforço fiscal e monetário, duro, não foi em vão, porque acompanhado de políticas que criam as condições para o desenvolvimento: fim das privatizações e reorganização das estatais, retomada do papel de fomento dos bancos públicos, implantação de uma política industrial e de inovação, desdolarização de nossa dívida interna e superação de nosso eterno estrangulamento externo. Apesar do arrocho fiscal e monetário, avançou-se na política de aumentos do salário mínimo e de investimento em educação e saúde; implantou-se o Bolsa Família, e ampliaram-se os gastos em assistência social.
Mas novos pontos de estrangulamento surgiram. Os problemas estão aí, são graves e precisam de respostas. Em primeiro lugar, estão as reformas política e administrativa. É urgente a reforma política, que não se resume ao modelo de financiamento das campanhas eleitorais, mas decorre, principalmente, da incapacidade de nosso sistema político eleitoral de formar maiorias parlamentares e assegurar a governabilidade no presidencialismo. E, para enfrentar o grave problema de gestão e recursos humanos, faz-se necessária uma ampla reforma administrativa, começando por dar, à Secretaria de Recursos Humanos e de Gestão, status de Ministério, ou que a vincule à Presidência da República.
A segunda urgência é garantir um incremento forte e constante, já iniciado, nos investimentos em educação e inovação, sem o que todo o esforço de crescimento será inócuo. Somente uma revolução educacional e cultural, com o fim do analfabetismo e a universalização do ensino médio e técnico-profissional, até 2010, dará ao Brasil condição de eliminar a pobreza nos próximos 25 anos.
A terceira demanda é dar continuidade à política de investimentos na infra-estrutura social e econômica do país. Ouso propor que o governo federal assuma, como tarefa da União, enfrentar os graves problemas das nossas regiões metropolitanas, criando um Fundo Nacional Urbano, ou ampliando o objeto do atual Fundo Nacional de Habitação. Não acredito que os Estados e Municípios, com suas dívidas com a União e seu serviço (que consome, em média, 15% de suas receitas líquidas), possam, em uma década, superar nosso vergonhoso déficit habitacional, sanitário e de transportes coletivos. Déficit que, aos poucos, inviabiliza a vida nas metrópoles, pelos elevados custos para a atividade econômica e pelo agravamento do desemprego e da violência, reveladores da ausência de uma política social e cultural para as grandes periferias.
O quarto desafio é combinar a estabilidade necessária com uma política de desenvolvimento. Nossa dívida interna, pelo seu prazo e tamanho, torna inviável qualquer política de aumento dos investimentos públicos, mutilando o papel do Estado no planejamento nacional e na distribuição de renda. É hora de reduzir os juros e o superávit, sem descuidar do combate à inflação e da administração da dívida interna.
Por fim, temos que ter consciência do papel do Brasil na América do Sul e Latina. O processo político de integração, que se consolidou nos últimos anos, abre uma oportunidade histórica de integrar, com base no Mercosul, a América do Sul; sem isso, não haverá desenvolvimento para nenhum país isoladamente.

Thursday, February 16, 2006

CHICO ALENCAR, este é um nome para ser guardado para as próximas eleições.
Não é dígno de representar o Estado do Rio de Janeiro, não foi eleito para cassar companheiros inocentes, não foi eleito para trair o Partido dos Trabalhadores.


Constrangimento marca sessão que recomendou cassação de João MagnoIsabel Braga - O Globo
BRASÍLIA


- A sessão do Conselho de Ética da Câmara que recomendou a cassação do mandato do deputado João Magno (PT-MG), que admitiu ter recebido R$ 426 mil do valerioduto, foi marcada por um grande constrangimento de tucanos e pefelistas, que votaram pela absolvição do deputado Roberto Brant (PFL-MG) e pela cassação do petista. Além do próprio João Magno, vários conselheiros destacaram a semelhança entre os casos e a suposta incoerência do relator.
João Magno admitiu ter recebido dinheiro da SMP&B, do empresário Marcos Valério, que teria sido usado para pagamento de gastos de campanha em 2002 e 2004. Ele reconheceu que os valores não foram informados à Justiça Eleitoral, mas alegou que agiu de boa-fé porque recebeu o dinheiro do então tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Em sua defesa, João Magno tentou mostrar que o Conselho estava usando "dois pesos e duas medidas" dependendo do partido do acusado. Disse que seu caso é semelhante ao de Brant e que o relator foi condescendente com o pefelista e rigoroso com ele.
- Vossa Excelência fez um relatório com caneta de chumbo para mim e um voto com caneta de pena para o deputado Brant - protestou.
Jairo Carneiro argumentou que João Magno não é corrupto, mas cometeu o crime de não declarar à Justiça Eleitoral recursos obtidos de forma ilícita, por isso deveria ser cassado. Segundo ele, Brant recebeu "dinheiro limpo" e não o usou na campanha, e sim num programa de seu partido. Por isso, quem cometeu a irregularidade teria sido o partido, e não o candidato.
- A diferença pode ser tênue, mas ela existe - disse o relator.
Até José Carlos Araújo (PL- BA), que votou pela absolvição de João Magno, defendeu o petista, afirmando que ele corrigiu a irregularidade fazendo nova prestação de contas à Justiça Eleitoral.
- Como vamos condenar uma vítima? A própria lei faculta o direito de sanar o delito e ele o fez - disse Araújo.
Depois da decisão do Conselho, João Magno disse que não estava surpreso, mas voltou a dizer que houve uma grande contradição. O deputado acredita que poderá ser absolvido pelo plenário da Câmara e informou que não pretende recorrer.
Apesar de declarar voto pela cassação, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que o petista foi o mais sincero dos deputados que respondem a processo de cassação no Conselho de Ética. Chico Alencar concordou com a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) de que o caso de João Magno é muito parecido com os de Romeu Queiroz (PTB-MG), que foi absolvido, e de Roberto Brant (PFL-MG), que teve os votos de tucanos e pefelistas, e cobrou coerência dos parlamentares que votaram pela absolvição dos dois e pela cassação do petista, como o relator, Jairo Carneiro (PFL-BA).
- No caso do João Magno, quero ressaltar que foi o mais franco e sincero desde o começo e admitiu ter recebido o dinheiro. Eu aplaudo a franqueza do deputado, mas dentro da coerência, acompanho o voto do relator. Mas quero cobrar, tanto do Conselho de Ética quanto do plenário, coerência, já que absolveram Romeu Queiroz - disse Chico Alencar.

Wednesday, February 15, 2006

JOSÉ DIRCEU TINHA RAZÃO. Blog do Noblat


O governador Eduardo Braga, do Amazonas, antecipou, hoje, durante reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o destino do partido dele, o PMDB, na próxima eleição presidencial: dividir-se entre vários candidatos.

Antes mesmo de o PMDB decidir se apoiará Garotinho ou Germano Rigotto para presidente, Braga informou que o partido no Amazonas irá de Lula. "É notória a expectativa do povo do Amazonas em torno da candidatura de Lula", disse.

E forneceu a senha para aqueles que, dentro do PMDB, estão prontos para reforçar as chances de vitória de Lula:

- Acho que o PMDB precisa avaliar muito bem sua posição e sua estratégia para que não aconteça com Rigotto ou Garotinho o que ocorreu no passado com o Ulisses Guimarães e o Quércia, que acabaram sendo candidatos formais, para cumprimento de tabela.

O que Braga não disse: que eleito governador pelo PPS, entrou no PMDB por sugestão de Lula. E para reforçar a ala lulista do partido. Ocorreu o mesmo com Paulo Hartung, governador do Espírito Santo, originalmente eleito pelo PSB.

Lula custou a enxergar a vantagem de ter o PMDB - ou um pedaço dele - ao seu lado. Logo depois de ter sido eleito, autorizou José Dirceu a oferecer quatro ministérios ao PMDB que o apoiara no primeiro e no segundo turno.

O passo seguinte seria tomar de assalto a direção nacional do partido e instalar ali gente de confiança do novo governo. Quando tudo parecia certo, o senador Alozio Mercadante (PT-SP) convenceu Lula de que não deveria ser assim.

O melhor caminho, segundo Mercardante, seria a aliança formal com o PMDB via sua direção. Lula recuou e a aliança jamais saiu. Mais tarde, preferiu comprar no varejo o apoio de deputados e de senadores do PTB, PL, PP e do próprio PMDB.

A operação deu no quê? Deu no mensalão e em tudo o que se viu depois.

Dirceu estava certo antes quando dizia que o PMDB era a chave para Lula governar - e novamente está certo quando diz que o PMDB será a chave da sucessão. Lula corre atrás do prejuízo.

O governador Eduardo Braga, do Amazonas, antecipou, hoje, durante reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o destino do partido dele, o PMDB, na próxima eleição presidencial: dividir-se entre vários candidatos.

Antes mesmo de o PMDB decidir se apoiará Garotinho ou Germano Rigotto para presidente, Braga informou que o partido no Amazonas irá de Lula. "É notória a expectativa do povo do Amazonas em torno da candidatura de Lula", disse.

E forneceu a senha para aqueles que, dentro do PMDB, estão prontos para reforçar as chances de vitória de Lula:

- Acho que o PMDB precisa avaliar muito bem sua posição e sua estratégia para que não aconteça com Rigotto ou Garotinho o que ocorreu no passado com o Ulisses Guimarães e o Quércia, que acabaram sendo candidatos formais, para cumprimento de tabela.

O que Braga não disse: que eleito governador pelo PPS, entrou no PMDB por sugestão de Lula. E para reforçar a ala lulista do partido. Ocorreu o mesmo com Paulo Hartung, governador do Espírito Santo, originalmente eleito pelo PSB.

Lula custou a enxergar a vantagem de ter o PMDB - ou um pedaço dele - ao seu lado. Logo depois de ter sido eleito, autorizou José Dirceu a oferecer quatro ministérios ao PMDB que o apoiara no primeiro e no segundo turno.

O passo seguinte seria tomar de assalto a direção nacional do partido e instalar ali gente de confiança do novo governo. Quando tudo parecia certo, o senador Alozio Mercadante (PT-SP) convenceu Lula de que não deveria ser assim.

O melhor caminho, segundo Mercardante, seria a aliança formal com o PMDB via sua direção. Lula recuou e a aliança jamais saiu. Mais tarde, preferiu comprar no varejo o apoio de deputados e de senadores do PTB, PL, PP e do próprio PMDB.

A operação deu no quê? Deu no mensalão e em tudo o que se viu depois.

Dirceu estava certo antes quando dizia que o PMDB era a chave para Lula governar - e novamente está certo quando diz que o PMDB será a chave da sucessão. Lula corre atrás do prejuízo.
As pedras rolaram e a PM mudou - e para melhor. * O Globo online


RIO - Ver os Rolling Stones a 110 metros de distância. Ninguém queria, não é? Agora, porém, a Polícia Militar afirma que Mick Jagger e companhia ficarão bem mais próximos, a apenas 4 metros, quando estiverem no chamado palco B, que avança sobre o público. Ganham, com isso, o público e o show, que, como advertiram artistas ouvidos pelo Globo Online, ficaria frio sem a proximidade da massa. A nova medida da PM foi elogiada por produtores com experiência na realização de shows na praia. No quesito segurança, o secretário Marcelo Itagiba afirmou que o efetivo envolvido no patrulhamento será maior do que o do réveillon . Confira os detalhes nos links abaixo.
Após críticas, PM anunciou novo esquema para o público
Artistas consideravam show a 110 metros inviável
'Eu não confiaria muito nesses VIPs que estão por aí'
Na contramão da euforia com show dos Rolling Stones, moradores de Copacabana reclamam de confusão
Produção informa que show acabará antes de meia-noite
Aqui você conhece a incrível história dos Stones, que teve, muitas vezes, o Brasil como cenário
Rio terá regime especial de fornecimento de energia
Jagger conta como é sua relação com o filho brasileiro e revela seus desejos para a passagem pelo Rio. Confira
O encontro de Joaquim Ferreira dos Santos com Mick Jagger
Jamari França passeia pelo repertório do show
Globo nao deu pesquisa porque CNT Sensus é 'instituto menor' 13:55

Chegou agora comunicado oficial da TV Globo respondendo a solicitaçao do Blue Bus - "Como todos os que acompanham o jornalismo da TV Globo sabem, nossos telejornais de rede só divulgam pesquisas dos institutos mais tradicionais - Ibope, Vox Populi e DataFolha. Esta decisao é de conhecimento de todos os partidos políticos. Na última 6a feira, foi inclusive ratificada na reuniao com os 10 partidos políticos durante a qual a emissora apresentou o seu plano de cobertura. A TV Globo jamais divulgou uma única pesquisa CNT-Sensus neste ou em nenhum dos anos anteriores. Assim como nao divulgamos pesquisas de outros institutos menores". 15/02 Blue Bus

'Toda Midia' tambem nao viu no JN pesquisa em q Serra cai 11:15 A coluna Toda Midia, de Nelson de Sá, observadora de midia da Folha, tambem nao viu a pesquisa CNT Sensus no Jornal Nacional, leia aqui. E tambem nao viu "nada na Globo News, ao longo da tarde", nem nos demais noticiarios do jornalismo global. 15/02 Blue Bus

Leitor diz q Homer Simpson nao viu pesquisa em q Serra cai 11:07 "Bom dia Julio, Ontem o Homer Simpson nao pode ver o resultado da última pesquisa pré-eleitoral, divulgada pela manha, que apontava o aumento da aprovaçao do Governo e a diferença de 10 pontos percentuais para José Serra, notas ontem aqui e aqui (.....)".

15/02 Adriano Wagner Blue Bus nao viu a ediçao desta noite do Jornal Nacional e solicitou a assessoria da TV Globo a confirmaçao da informaçao e, caso verdadeira, as razoes pelas quais o JN omitiu a informaçao sobre a pesquisa CNT Sensus do noticiario.
Esquinas de Brasília - para onde vai o P-SOL?
Por Redação [15/2/2006]

Valter Campanato/ABr


A disputa oculta do P-SOLBem menos midiatizado que a disputa José Serra versus Geraldo Alckmin, um outro debate pré-eleitoral toma conta de uma legenda com menos chances de vitória presidencial que o PSDB. O Partido do Socialismo e Liberdade (P-SOL), nem um ano após a sua fundação formal, enfrenta forte divisão interna.Mas a discórdia não está entre nomes para a chapa principal, como no rico tucanato. A senadora Heloísa Helena, eleita pelo PT alagoano, é consenso para disputar a vaga no terceiro andar do Palácio do Planalto. O que seus correligionários discutem é o tom que sua campanha terá ao longo do ano, e principalmente nos preciosos minutos que terão via televisão.A peleja pelas palavras de Heloísa HelenaÁcida crítica de seus ex-companheiros petistas, Helena é reconhecida por gastar mais saliva em plenário vociferando contra Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo, que com seus colegas de Senado. Pelo contrário, já foi fotografada, mais de uma vez, em cenas de explícito carinho com o baiano Antônio Carlos Magalhães e o alagoano Renan Calheiros – raposas velhas da direita tupiniquim.O que a última leva de petistas que migraram ao P-SOL querem é uma campanha que bata nos pontos centrais do que seria um programa socialista para o Brasil. E poupasse um pouco o PT, para não fazer o serviço sujo para a direita.O grupo pioneiro do P-SOL – formado por Helena e os deputados Babá (PA) e Luciana Genro (RS) – prefere manter a estratégia de disputar o eleitorado do PT. Para isso, querem continuar investindo verborragia para provar o que seria uma traição de Lula ao povo.Recém chegados já pensam na saídaA discussão entre novos e novíssimos militantes do P-SOL teve início ainda no ano passado, logo após a filiação dos últimos. Sem registro na imprensa, muitas reuniões têm sido realizadas, principalmente no Rio de Janeiro. O clima é bem tenso.Mesmo sem se arrepender de ter deixado o PT, a última leva de P-SOLzistas já pensa, inclusive, em deixar sua nova legenda. Obscuro continua sendo seu destino.Matemática difícil em 2006A polêmica sobre o discurso de Helena não é o principal problema dos militantes do P-SOL este ano. São preocupantes as contas para estimar quantos votos serão necessários para garantir que pelo menos um deputado do partido seja eleito pela primeira vez.Maninha, que foi eleita pelo PT do Distrito Federal, é o caso mais difícil. Para se reeleger por seu novo partido, teria de ter 12% dos votos para deputado federal no DF. Também solitários em seus estados, a gaúcha Luciana Genro e o cearense João Alfredo não estão em situação muito mais tranqüila.Totalmente incertas são as eleições em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde há mais deputados. O P-SOL paulista vai apresentar dois deputados que tiveram mais de 100 mil votos cada em 2002. Orlando Fantazzini não contará mais com o apoio da prefeitura petista de Guarulhos e os assessores de Ivan Valente acham difícil que ele repita o desempenho do ano em que Lula ganhou.O carioca Chico Alencar, também destinatário de mais de 100 mil votos em 2002, faz contas para saber quantos terá em um ano que não estará colado à figura do presidente. E terá de disputar votos com seu novo colega de seção fluminense da legenda. Após mudar seu domicílio eleitoral, Babá vai disputar uma vaga pelo Rio de Janeiro.
BABOU:
Os PiS tOLeiros estão duelando.

Revista Fórum (Artigos)

A disputa oculta do P-SOL

"Mesmo sem se arrepender [?] de ter deixado o PT, a última leva de P-SOLzistas já pensa, inclusive, em deixar sua nova legenda. Obscuro continua sendo seu destino."
(...)
"O carioca Chico Alencar, também destinatário de mais de 100 mil votos em 2002, faz contas para saber quantos terá em um ano que não estará colado à figura do presidente. E terá de disputar votos com seu novo colega de seção fluminense da legenda. Após mudar seu domicílio eleitoral, Babá vai disputar uma vaga pelo Rio de Janeiro."

Leiam completo na FÓRUM
http://www.revistaforum.com.br/vs3/artigo_ler.aspx?artigo=9b6a1766-b495-46d2-9067-a676c002c8a1&pagina=&Query=&Assunto=&Edicao=&Autor =
A descoberta da Amazônia pelos turcos encantados.

A exibição do filme de Luiz Arnaldo Campos - A descoberta da Amazônia pelos turcos encantados - tem o apoio do Setorial de Cultura do PT. "Não é lenda, não é mito, não é folclore. É a história da Mina e o filme usa os signos para confirmar isso, coloca crédito, data".
O filme foi selecionado pelo projeto DocTV do Min. da Cultura

Será exibido no dia 16/02 quinta feira , no Auditório do PT-RJ, na rua do Carmo, 38 / 3º 19horas

Tuesday, February 14, 2006

As 13 Questões que levam Lula ao topo máximo do Brasil, sem concorrentes diretos e indiretos...



1 - MÉDIAS BALANÇA COMERCIAL BI US$- FHC (PSDB) (1995/2002): -2,442- Lula (PT) (2003/2005): +34,420 (recorde)
2 - SUPERÁVIT COMERCIAL BI US$- FHC (1995/2002): -8,7 (déficit)- Lula (2003/2005): +103,0 (superávit)
3 - RISCO-PAÍS PTS- FHC (Jan/2002): 1.445- Lula (Jan/2006): 290 (recorde)
4 - JÚROS- FHC (Jan/2002): 25,00%- Lula (Jan/2006): 18,00%
5 - INFLAÇÃO- FHC(2002): 12,5%- Lula(2005): 5,7%
6 - DÓLAR R$- FHC (Jan/02): 3,53- Lula (Jan/06): 2,30
7 - RANKING DO PIB MUNDIAL (PPP) TRI US$- FHC (2002): 1,340 -> 10º- Lula (2004): 1,492 -> 09º
8 - BOVESPA PTS- FHC (Jan/02): 11.268- Lula (Jan/06): 35.223 (recorde)
9 - DÍVIDA EXTERNA BI US$- FHC (2002): 210- Lula (2005): 165 - E caindo mês á mês...
10 - DÍVIDA COM O FMI E COM O CLUBE DE PARIS EM DOLÁR- FHC (2002): Os caloteiros do PSDB e PFL sumiam com o dinheiro e não tinham coragem de falar o valor da dívida- Lula (2005): 0,00
11 - SALÁRIO MÍNIMO US$- FHC (2002): 56,50- Lula (2005): 128,20
12 - DESEMPREGO- FHC (2002): 12,2%- Lula (2005): 9,6%
13 - TAXA ABAIXO DA LINHA DE PROBREZA- FHC (2002): Não tinham capacidade para controlar mais este índice, que segundo dados ultrapassavam os 35%.- Lula (2004): 25,1%


Relatório do Fundo Monetário Internacional atestando que o Brasil sob o governo do Partido dos Trabalhadores é o melhor da História do Brasil: http://www.imf.org/external/np/sec/pn/2005/pn05166.htm
“Dia da Resistência Portuária”. Editorial PT de Santos.

Será realizado no dia 23 de fevereiro, quinta-feira, às 18 horas, a abertura da exposição em comemoração aos 15 anos do “Dia da Resistência Portuária”. A exposição contará com diversos painéis fotográficos confeccionados pela Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS), que registram esse importante momento histórico de resistência e luta da sociedade santista.Ainda nesse dia, em sessão ordinária da Câmara, o vereador Reinaldo Martins (líder do PT) realizará a leitura de um texto alusivo ao tema em questão.
A pedido do PT Santos Editorial, o Núcleo do Porto, apresentou o texto abaixo informando nossos leitores sobre o 28 de fevereiro, " Dia da Resistência Portuária. "
A história de lutas da classe trabalhadora portuária de Santos tem, em 28 de fevereiro, seguramente, seu marco histórico. Foram 22 dias de nervosas tensões, com envolvimento amplo dos trabalhadores demitidos, suas famílias, as mulheres, principalmente, de sindicalistas, inclusive de sindicatos não diretamente envolvidos, de algumas lideranças políticas e de poucos empresários. Raras vezes uma cidade portuária terá se unido, como Santos o fez, para defender seu patrimônio humano, na verdade, um contingente aproximado de 30 mil pessoas, representado pela tentativa de demissão de 5.372 chefes de família. Vencidos 15 anos daquele episódio, marcado pela insegurança, medo, emoções e lágrimas, às vezes por reações extemporâneas que hoje, neste ato, podem ser reparadas, torna-se possível, junto com registros e lembranças, fazer-se um balanço das intenções do governo federal, à época. O país, em fevereiro de 1991, estava sob o governo Collor, que tomara posse em março de 1990. Exercitando pirotecnias espalhafatosas e inúteis, o então presidente lançava as primeiras bases para uma política de privatizações, a exemplo das havidas em Volta Redonda (CSN) e Embraer, em S. José dos Campos. O então ministro Ozires Silva, da Infra-estrutura, conhecia bem esse caminho, o das demissões em massa. Ex-coronel, tinha a seu lado um outro ex, o ministro da Justiça, Jarbas Passarinho. No Trabalho estava o polêmico Antônio Rogério Magri, saído do campo sindical e trabalhista, que mais se encantou com os mármores palacianos do que com suas raízes. A classe trabalhadora vinha de seguidos arrochos salariais, desde o Plano Verão, editado pelo Governo Sarney em 15 de janeiro de 1989. Collor, no seu primeiro dia de governo, em 16 de março de 1990, edita o Plano Brasil Novo, chamado de Collor 1. Menos de um ano depois, estava na praça o Collor 2. A Medida Provisória 295, integrante desse plano, limitava os reajustes salariais. Em fevereiro de 1991, as perdas dos portuários foi calculada em 158%, negadas pela Codesp, presidida, então, pelo engenheiro Paulo Peltier de Queiroz Júnior. Deflagra-se uma greve dos codespanos, estimados em cerca de 10 mil trabalhadores. Era sete de fevereiro. No dia 18, o Tribunal Regional do Trabalho julga o mérito da paralisação, considerada abusiva e decide por reajustes, em média, de 33%, número que as categorias profissionais não aceitam e decidem pela continuidade do movimento. Na noite de 20 de fevereiro, os carteiros começam a chegar às portas das moradias dos portuários com o telegrama fatídico: cada um e todos os 5.372 estão demitidos! Mais da metade do contingente da empresa. O telegrama continha 12 linhas. Em resumo dizia: “Em razão de v.s. não haver cumprido decisão judicial proferida em 18.02.91, pelo egrégio TRT/SP (...) cometeu abuso de direito, pelo que estamos rescindindo seu contrato de trabalho, por motivo de justa causa, a partir de 20.02.91...”. O texto era enfático e aterrador. Chamava o trabalhador para a administração do Pessoal da empresa a fim de ser procedida a baixa e anotações devidas na Carteira de Trabalho. Juntamente com as famílias, a cidade é tomada por comoção geral. Em muitas famílias, a punição atinge mais de um integrante, pai e filho, por exemplo. Um quase pânico se espalha na comunidade portuária, que se estende para toda a cidade. No entanto, no lugar do acovardamento, vem a disposição de luta, calcada na esperança da união de forças. A Prefeitura de Santos, nas mãos de Telma de Souza, transforma-se numa espécie de QG do movimento dos trabalhadores. Sem substituir as lideranças sindicais, a prefeita abre o gabinete e o salão nobre da prefeitura para reuniões dos trabalhadores. Chama o Fórum da Cidade, organismo multi-representativo das forças do município, para debater os efeitos das demissões. As conclusões são publicadas nos jornais, no dia seguinte, em apoio ao movimento, sob o pressuposto de que haveria caos econômico na cidade. Mensagens são passadas aos principais ministros pedindo a sustação das demissões. No dia 26, a prefeita lidera uma caravana de líderes sindicais, deputados, senadores e vereadores, a Brasília, para pressionar os ministros Passarinho e Ozires. No dia seguinte, diante da intransigência do governo, Telma decreta estado de calamidade pública e determina a concessão de cestas básicas, passes de ônibus e material escolar para os demitidos e suas famílias. Era o sinal de que Santos estava disposta a resistir. Dias antes, em conversa telefônica com Telma, Ozires Silva havia ameaçado fechar a Codesp.São realizadas manifestações na praça Mauá, com o comparecimento de milhares de pessoas, sinal de que o movimento ganha força popular. Paralelamente, os sindicatos atuam no porto e nas imediações, inclusive na entrada da cidade, junto ao Conjunto Habitacional Athié Jorge Coury, a fim de garantir a paralisação do cais, com amplo resultado. Há uma característica marcante nesse episódio. Ele ocorre, do começo ao fim, de forma pacífica. Após as reuniões do dia 26, lideranças sindicais permanecem em Brasília, com o propósito da reabertura das negociações e sustação das demissões.No dia 28, uma quinta-feira, auge da união de forças, o Fórum Sindical da Baixada Santista, em uma cartada final, consegue parar a cidade. Primeiro, o centro; depois, parte dos bairros. Não há transporte coletivo. Todos supermercados fecham. As aulas escolares são suspensas. Produzem-se imagens para todo o país. O movimento mostra sinais de força e crescimento, de tal modo que às 13h30 desse mesmo dia, o então ministro Jarbas Passarinho telefona para Telma de Souza dizendo-lhe que podia suspender o estado de calamidade pública de Santos. O governo recuara. As demissões estavam revertidas. Santos vencera! Todos seriam readmitidos, formando-se, nas tratativas posteriores, uma comissão para negociar o pagamento das perdas e dos dias parados. Os sindicatos reúnem-se em assembléias para decidir sobre o retorno ao trabalho, o que acontece às 13h00 do dia primeiro de março. A imprensa de todo o país notícia a vitória dos portuários santistas e o recuo do governo.Sob forte emoção, e ao som do Hino Nacional, forma-se um corredor humano à frente do prédio da Presidência da Codesp, na avenida Rodrigues Alves. Um a um, mão do lado esquerdo do peito, bandeiras tremulando, os trabalhadores adentram as dependências do porto, de cabeça erguida.O então secretário de Saúde e chefe de gabinete da prefeitura, David Capistrano Filho, em breve documento que produziu à época frisou: - “A principal razão do êxito foi a transformação de luta puramente sindical em luta cívico-política”. Santos deu um “não” coletivo à política de privatizações, o primeiro do país. Dois ano depois, Itamar Franco sancionaria a Lei 8630/93, cujas repercussões socioeconômicas negativas para Santos ainda perduram. ====== Para marcar historicamente o acontecido, a prefeitura, pela Lei nº 804, de 28 de novembro de 1991, institui o “Dia da Resistência Portuária”, a ser comemorado, anualmente, no dia 28 de fevereiro. Na mesma linha histórica, a municipalidade denomina “28 de Fevereiro”, a escola de ensino fundamental no Saboó, em 1991. ======
Neste ano de 2005, a lição que se tira - e esta é a principal dádiva do tempo -, repousa no valor da unidade dos trabalhadores. Ainda que diferenças sejam compreensíveis, as linhas políticas precisam ser coincidentes, no sentido da valorização e respeito ao fator mão-de-obra na ordem produtiva. A globalização sem fronteiras, com a arma tecnológica, visa a hegemonia do resultado. O homem, o trabalhador, é instado a competir, sem ao menos saber onde está o ponto de chegada. Que neste 28 de fevereiro a nossa palavra de ordem seja: Unidade!