Friday, October 27, 2006

O que será do Brasil?

José Dirceu

(Artigo publicado no Jornal do Brasil, em 26 de outubro de 2006)

Muitos se perguntam o que será de nosso país e de sua nascente democracia, no ritmo em que vamos, com a oposição dando sinais claros, para toda sociedade, de que não aceitará o resultado das urnas e que trabalhará – na verdade, continuará a trabalhar – para desestabilizar e deslegitimar o segundo governo Lula.

A chantagem mais recente veio do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, que substituiu o titular do cargo, Eduardo Azeredo, defenestrado pelo envolvimento com aquilo que o próprio tucanato batizou como “valerioduto”. A última proposta de Tasso dá a exata medida da radicalização da oposição. O tucano pretende que Lula renuncie à reeleição, já que as investigações, em 2007, assegura ele, chegarão ao presidente da República.

De duas, uma: ou Tasso Jereissati comanda uma polícia secreta, em paralelo à hierarquia da Polícia Federal, ou está simplesmente anunciando que o PSDB não aceitará os resultados das urnas do dia 29. A chantagem tucana encerra seu corolário: pretendem substituir a Justiça pelos tribunais de exceção em que se transformaram as CPIs no Congresso Nacional. Só no Congresso Nacional, já que, nos estados governados pelos tucanos, está proibido CPI, começando por São Paulo, onde nem a requerimento de informações o governador Alckmin respondia.

Se a razão e a serenidade não retornarem ao comando do PSDB/PFL/PPS após uma eventual vitória de Lula, terminaremos 2006 como começamos 2004. Explico: em fevereiro daquele ano, mais exatamente às vésperas do aniversário do PT, o país foi surpreendido com a divulgação de uma fita, gravada no Rio de Janeiro, em 2002, e que não tinha relação, como ficou provado, com o governo Lula. A fita, como depois se soube, era, há meses, de conhecimento de setores do Ministério Público Federal, ligados aos tucanos.

Com esse ato, a oposição iniciou sua escalada. A pretexto de combater a corrupção e, depois, o “caixa dois” eleitoral, visava, de fato, derrubar o governo Lula. Rompeu-se ali, por iniciativa do conservadorismo, o pacto democrático. Era o início da estratégia oposicionista do tudo ou nada, cujo ápice estamos assistindo no segundo turno das eleições presidenciais.

Só uma ampla frente político-partidária e social, apoiada num programa de governo de forte inspiração desenvolvimentista, poderá evitar que o Brasil seja levado a uma crise político-institucional como quer a nova direita, hoje encarnada pelos tucanos. Reeleito com mais de 60% dos votos, o presidente Lula terá credenciais para articular um programa dessa amplitude, que associe reformas e metas de crescimento acelerado, capaz de unir assalariados, setores da classe média e do empresariado, movimentos sociais organizados, servidores públicos, meios acadêmicos, artistas e intelectuais. Uma aliança como essa pode, ainda, garantir ao governo uma ampla base de apoio também no Congresso Nacional.
[
Acredito que essas forças esperam que Lula, uma vez reeleito, articule uma coalizão ampla, com o seu apoio e dos partidos políticos que integraram a sua coligação, para assegurar a estabilidade necessária à redução rápida dos juros e ao aumento expressivo dos investimentos. A revolução na educação, prometida pelo presidente num possível segundo mandato, é uma aspiração de toda a sociedade. Com ela e um amplo programa de obras de infra-estrutura, especialmente nas periferias das regiões metropolitanas, associado a uma forte retomada da construção civil, o clima de união e otimismo terá condições de suplantar o rancor dos derrotados nas urnas. A eles, certamente, o presidente saberá abrir as portas do diálogo.

Na agenda do Congresso, a aprovação de importantes reformas dará impulso adicional ao crescimento e à distensão. Entre elas, destaco a reforma política, o estatuto da micro e pequena empresa, a lei das agências reguladoras, o Fundeb, a reforma tributária, todas indispensáveis para se criar as condições para um novo ciclo de crescimento sustentável na direção de um Brasil democrático e justo para todos.

Copyright © 1995, 2000, Jornal do Brasil. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo para fins comerciais.

Monday, October 23, 2006

O blog do Zé está cada dia melhor!

O espaço de discussão e informação criado por Zé Dirceu com o seu blog, é hoje sem dúvida nenhuma um canal aberto para o exercício da democracia.
No espaço dedicado aos comentários, todos podem participar, mesmo os que discordam tem seus comentários publicados. Diferentemente de alguns blogs da web em que apenas os comentários que agradam aos seus donos são aceitos, no blog do Zé desde que não sejam comentários de ofensas e xingamentos, tudo é publicado.
Isso sim é exercer a democracia. Também não poderíamos esperar outra postura daquele que lutou a vida inteira para que pudéssemos nos expressar livremente.
É por isso que ele faz a diferença, porque consegue liderar sem impor suas posições. Sem nunca abrir mão de suas convicções ele avança e se fortalece e o tempo vai mostrando aos brasileiros a verdadeira face de um homem que sempre lutou para que esse país crescesse com justiça social e nós, junto com ele estamos chegando lá.
Bel

Sunday, October 22, 2006

DESTAQUES DE HOJE NO BLOG DO ZÉ

A baixo estou reproduzindo os principais destaques do blog do Zé Dirceu

Visão estática dos economistas lembra planificação

Escrevendo na Folha com clareza e tratando de temas relevantes para o desenvolvimento do Brasil, o economista José Alexandre Scheinkman tem cobrado dos candidatos propostas para reduzir os gastos públicos e os impostos, para assim aumentar os investimentos em infra-estrutura e educação – mais precisamente, em pesquisa e desenvolvimento. Boa causa.
No artigo de hoje, ele contesta o presidente e candidato Lula, que disse que a redução dos juros e o crescimento são as soluções para a redução das despesas correntes e dos impostos, política que esse blog vem defendendo.
Scheinkman afirma que, mesmo que as taxas reais de juros fossem reduzidas de 10% para 6%, só restaria o equivalente a 2% do PIB para investimento ou corte de impostos, o que para ele é uma pequena folga e exigiria a diminuição, para ser utilizada como investimento, da meta de superávit fiscal.
Não entendo essa visão estática dos economistas, típica da equipe do Banco Central brasileiro. Ela me lembra sempre, não sei o porquê, o Gosplan e a planificação burocrática socialista.
Reduzir os juros, e logo o serviço da dívida, em quatro pontos percentuais, no Brasil, é uma mudança radical, sr. Scheinkman. Equivale a R$ 20 bilhões a mais para investimentos por ano e R$ 20 bilhões a menos nos impostos, será mais com o crescimento da economia e da arrecadação, é muito para a infra-estrutura e a pesquisa e também para uma desoneração seletiva de impostos, ainda mais se contamos com as concessões e parcerias público-privadas, as PPPs.
Sobre a redução do superávit, não entendi por que ele não pode ser reduzido para 3,25%. Se o serviço da dívida cai, a arrecadação aumenta e o PIB cresce, também cairá a relação entre dívida pública e PIB, logo o superávit pode sim ser diminuído. Ou isso é um dogma dos mercados?
enviada por Zé Dirceu

Para ler uma análise sobre as "vivandeiras de tribunais"

Renato Lessa, professor de Teoria Política do Iuperj e da UFF, retomou hoje, em artigo no Estadão (para assinantes), o tema da entrevista – muito boa, diga-se de passagem – que havia dado ao Valor Econômico dias atrás e que citei aqui. Vale a pena ler o artigo, que diz nesses dois trechos:
"(...) o núcleo duro e energizado da campanha Alkcmin - em termos de presença política e capacidade de formulação - não tem como foco principal o cenário eleitoral, talvez por julgá-lo perdido. Sua prioridade reside em trazer para a política a intervenção corretiva da investigação policial e dos tribunais. A imagem sugerida é a do aggiornamento e reintronização de um personagem típico da República de 1946, com DNA semelhante ao da coalizão tucano-pefeliana: o das vivandeiras de quartel, que em nome da moralidade pública, solicitavam a intervenção corretiva das Forças Armadas, contra Getúlio, Juscelino e Jango. A reedição pura e dura desse velho hábito parece ser impensável no quadro atual, porém, nada impede que vivandeiras de tribunais exerçam a motivação de buscar fora do âmbito político tradicional corretivos para mazelas e absurdos que nele ocorrem".
"A chamada voz das urnas é o fragmento tímido que nos liga à tradição democrática. Mas, o mesmo deve ser dito para os imperativos do Estado de Direito. O ideal é que esse contencioso seja zerado e que a política siga seu curso, qualquer que ele seja, e que condições mínimas de cooperação sejam estabelecidas. A não ser que seu envolvimento pessoal e direto, ou por meio de agente com inequívoca associação, em práticas alopradas seja demonstrado nas investigações em curso, Lula, se ganhar, deve tomar posse e, por tomar posse, deve governar".
enviada por Zé Dirceu

Matéria requentada continua rendendo

Como mais um lance de sua campanha pelo candidato tucano, a Folha (para assinantes) e também o Estado (para assinantes), repercutem a matéria da Veja sobre o filho de Lula e a empresa da qual é sócio. Como comentei ontem, a matéria é requentada. Nada foi provado contra a associação da Gamecorp com a Telemar, e não há nada contra Fabio Luiz,que os jornais e a Veja chamam de Lulinha, com o único objetivo de ligá-lo ao presidente de maneira pejorativa.
Mas quando se trata da filha de Geraldo Alckimin, que o próprio ex-governador reconhece que acompanhou a proprietária da Daslu à Secretaria da Fazenda para tratar de assuntos empresariais, tudo bem. Mais do que isso: indignação geral quando o site do PT tratou da questão. Leiam as matérias e confirmem. Não há nada, só calúnias da Veja.
enviada por Zé Dirceu

Estadão torce os fatos, assim como a oposição

Matéria hoje no Estadão (para assinantes) está errada. Na minha nota, publicada aqui, eu não admito que falei com Jorge Lorenzetti ao telefone. Digo que não posso responder ao que não conheço. Está escrito na minha nota, reproduzida pelo Estadão: "Não sei de que telefonema se trata, quais os números chamados. Não tenho nada a ver com o caso desse dossiê". O jornal também reproduz outro trecho da nota: "Um telefonema não quer dizer nada".
Jorge Lorenzetti já esclareceu, por meio de seu advogado, que não falou comigo dias antes da divulgação do dossiê, que ligou duas vezes e um secretário de meu escritório retornou a ligação.
Lorenzetti também informou que, em agosto, teve um contato comigo. Repito: vivemos uma situação kafkiana em que, depois de um vazamento ilegal, do qual não tenho as informações, sou obrigado a dar explicações e a me defender.
E ainda tem a falação da oposição, exemplificada no presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e em suas declarações, ontem, à Folha (para assinantes). Bornhausen, que não se candidatou porque sabe que não tem voto para se reeleger senador, disse que o presidente Lula "se apressou em arrumar alguém para poder escapar" de denúncias no caso do dossiê, afirmando que seria eu esse "alguém". Besteiras, que encontram eco em colunas como a de Cláudio Humberto, que diz hoje que estive reunido com Lula e o ministro Márcio Thomaz Bastos após o debate no SBT para que eu assumisse a culpa pelo dossiê.
São boatos e mentiras, típico de quem já vislumbra a derrota mais adiante e tenta, agora, torcer a verdade para ver se adianta alguma coisa. Não adianta, mas durma-se com um barulho desses.
enviada por Zé Dirceu

Colunistas erram ao falar deste blog

É justo imaginar que um jornalista, quando tem uma coluna em um dos principais jornais do país, tenha méritos para ocupar esse espaço, mas não dá para entender que, embora estejam no ápice de suas carreiras, ignorem alguns dos princípios básicos da profissão – como checar a informação que publica ou dar o crédito ao verdadeiro autor do furo jornalístico –, a não ser que aja com má-fé.
Merval Pereira, ontem no O Globo, e Dora Kramer, hoje no Estadão, cometem o mesmo erro que o Painel, da Folha, havia cometido no dia 16 de setembro e eu havia corrigido aqui. Todos os três deram a entender que eu antecipei neste blog, como se soubesse antes, o conteúdo da revista IstoÉ que trouxe Vedoin pai e filho afirmando que o esquema dos sanguessugas era “mais fácil” no tempo de José Serra e Barjas Negri no Ministério da Saúde.
Quem publicou a notícia de primeira mão foi o jornalista Ricardo Noblat, em seu blog, na noite do dia 14. Eu apenas fui alertado pelo internauta Samuel Rocha Marinho, que deixou um comentário sobre o assunto neste blog, conforme nota que publiquei no dia 15 pela manhã. Basta ler a nota para ver que a avaliação sobre a candidatura tucana à qual se referiram Merval Pereira e Dora Kramer foi feita por Samuel, a quem apenas reproduzi.
Lamento novamente que quem tenha feito os comentários errados não tenha me dado a honra de visitar este blog e conferir o que tenho publicado aqui, a não ser, é claro, que outros motivos tenham impedido isso.
enviada por Zé Dirceu

Ex-secretário tucano tergiversa sobre comércio exterior

Retrato de um depoimento de má-fé, no qual afirma que o que o governo Lula quer para o Brasil é o maoísmo e no qual também diz que tudo de bom no comércio exterior do Brasil veio de FHC e do exterior, esse é o teor das declarações de Roberto Giannetti da Fonseca, ex-secretário da Camex no governo tucano, ao Estadão de hoje, para assinantes.
Uma honestidade intelectual de fazer inveja. O título é “Lula colhe o que o governo FHC plantou, diz Giannetti da Fonseca”. Deve ser o abacaxi que nos legaram.
enviada por Zé Dirceu

Deputado quer transformar CPI em tribunal de exceção

O deputado tucano Carlos Sampaio, que foi candidato derrotado a prefeito de Campinas (SP) em 2004, quer transformar a CPI dos sanguessugas num tribunal de exceção. Agora ataca e tenta desmoralizar o delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, só porque o relatório parcial dele não atendeu aos objetivos políticos do PSDB, que é atingir o presidente Lula.
Sampaio diz na Folha e no Estadão (ambos para assinantes) que convocará Gilberto Carvalho e a mim na CPI, além de falar que os telefonemas entre Gilberto Carvalho e Jorge Lorenzetti provariam a ligação com o presidente. O que o tucano quer é substituir o inquérito, o Ministério Público e a Justiça pela CPI – mais até por ele, esse torquemada de plantão.
enviada por Zé Dirceu

Olívio reduz a diferença no RS; Wilma lidera no RN

Fiquem de olho no Sul.
No Rio Grande, Olívio Dutra (PT) subiu 12 pontos na mais recente pesquisa do Ibope.
A diferença, que era 36 dos votos válidos, passou a 24 (38% a 62%). Se subir de novo, Olívio empata com a tucana Yeda Crusius. A conferir.
No outro Rio Grande, o do Norte, de cada dois eleitores do Rio Grande do Norte, um pretende votar pela reeleição da atual governadora, Wilma de Faria (PSB), constatou o mesmo Ibope. Nos votos válidos, ela tem 54%, contra 46% de Garibaldi Filho (PMDB).
enviada por Zé Dirceu

Neste domingo, ainda a questão das armas e da violência

Relatos da imprensa hoje:
1. Nesta segunda-feira completa-se um ano desde que os brasileiros repudiaram via referendo a proposta governamental de proibir a venda de armas no país, e o assunto permanece uma dor de cabeça para as autoridades. Especialmente no Rio Grande do Sul, onde 85% votaram a favor do direito à comercialização de armamento. Estimativas oficiais indicam que os gaúchos são donos de um arsenal de mais de 900 mil armas registradas no Estado, e esse aparato bélico está prestes a mergulhar na ilegalidade. São revólveres, pistolas, carabinas e espingardas cujos proprietários tinham permissão da Polícia Civil (estadual) para mantê-las em casa. [Zero Hora]
2. Dos presídios fluminenses, alguns rotulados como de segurança máxima, presos ameaçam famílias em vários Estados do país com o golpe do "seqüestro virtual", em que a pessoa é levada a acreditar que tem algum parente em poder de bandidos e coagida a pagar resgate. Também há casos praticados por presos de São Paulo, Fortaleza e Goiânia, mas, segundo as autoridades policiais, a maioria dos golpes é praticada por presos fluminenses. Na grande parte das vezes, eles ligam a cobrar para as vítimas. [Folha de S.Paulo]
enviada por Zé Dirceu

Dirceu alerta para o aumento da onda de boatos e pede serenidade

A onda de boatos vai crescer, vamos ter serenidade
Preparem-se para a onda de boatos, que só crescerá até o dia 29.
Hoje, o portal Terra Magazine, em uma matéria correta de Bob Fernandes, noticia a hipótese de ser eu ou Ricardo Berzoini o nome que o delegado Daniel Lorenz, segundo o Estadão de ontem, na matéria intitulada "Personagem misterioso surge na trama do dossiê", informou ter surgido num extrato telefônico de ligações.
Nessa mesma matéria, o jornal diz: "o delegado não divulgou o nome porque trabalha com a hipótese de que essa pessoa pode não ter envolvimento com a arrecadação do dinheiro que seria usado pelo PT para comprar o dossiê".
Evidentemente não tenho nada a declarar, até porque não fui demandado por nenhuma autoridade. Mas quero reiterar que não tive nenhuma participação no caso do dossiê, assim como não tive participação na campanha majoritária em São Paulo ou na campanha nacional.
No Terra Magazine, o jornalista Bob Fernandes tem o cuidado de alertar os leitores de que "a conexão precipitada de nomes com fatos ainda não devidamente esclarecidos contribui apenas para a ainda maior partidarização do caso". De minha parte, repilo a onda de boatos que tem tomado conta do país, aguardo com serenidade as investigações e reafirmo que não temo nada porque não devo nada.
enviada por Zé Dirceu

Wednesday, October 11, 2006

Destaques no Blog do Zé Dirceu

Seção: Atualidades

1. Vamos fazer o bom debate para o Brasil
Enviada por Zé Dirceu - 09/10/2006 14:50

2. Alckmin não debate seu verdadeiro projetoEnviada por Zé Dirceu - 09/10/2006 14:49

3. Lula tem realizações importantes a mostrar
Enviada por Zé Dirceu - 09/10/2006 14:48

4. Não temos medo das denúncias sobre corrupção
Enviada por Zé Dirceu - 09/10/2006 12:55

Lula não recuou e fez um bom debate
Enviada por Zé Dirceu - 08/10/2006 23:54

Vou acionar Alckmin na Justiça
Enviada por Zé Dirceu - 09/10/2006 12:21

Construção civil bate recordes sob governo Lula
Enviada por Zé Dirceu - 06/10/2006 18:00

Produção industrial está no maior nível desde 1991
Enviada por Zé Dirceu - 05/10/2006 16:50

Duas visões sobre nosso maior desafio
Enviada por Zé Dirceu - 05/10/2006 15:42

Precisamos reformar nosso sistema eleitoral
Enviada por Zé Dirceu - 04/10/2006 15:51

Segundo turno, uma oportunidade democrática

José Dirceu

(Artigo publicado no Jornal do Brasil, em 05 de outubro de 2006)

Sempre fomos favoráveis às eleições em dois turnos. Foi o PT o partido que mais batalhou para que essa inovação democrática fosse introduzida na vida política brasileira. Logo, não temos do que reclamar. O povo decidiu e quer Lula e Alckmin disputando o voto, com idéias e programas que permitam comparar as gestões do PT e do PSDB, bem como eventuais escândalos e denúncias dos dois lados.

Lula inicia a segunda rodada com ampla vantagem de 6,7 milhões de votos sobre Alckmin. Este, mesmo na hipótese improvável de herdar a maioria do eleitorado de Heloisa Helena e Cristovam, ainda teria uma desvantagem de 4,9 milhões de votos diante do presidente Lula.

O segundo turno nos estados não prejudica Lula; ao contrário, ele terá apoio em todos. Vejamos: tem palanque e aliados no Maranhão, com Roseana Sarney; no RN, com Wilma Faria; na Paraíba, com Zé Maranhão; em Pernambuco, com Eduardo Campos; no Rio, com Sergio Cabral; em Goiás, com Maguito Vilela; em Santa Catarina, com Esperidião Amim; no Paraná, com Requião, que enfrenta Osmar Dias, ainda indefinido sobre quem apoiar. São convergências de segundo turno. Necessárias, porque os adversários desses candidatos estão com Alckmin.

Tudo indica que haverá um maior alinhamento do eleitorado progressista com Lula, que também contará com o apoio de governadores eleitos em estados onde sua votação precisa crescer mais, como AM, AC, BA, SE, PI, AP, TO, CE. Tem grandes chances, ainda, de aumentar sua vantagem em MG e diminuir a distância em SP. As urnas de 1 de outubro anunciaram bancadas e lideranças fortes nesses estados que vão reforçar o apoio local a Lula.

Mas a verdadeira questão do segundo turno é a programática. Ou seja, a comparação entre o Brasil que tínhamos em 2003 e como o deixamos em 2007. Com todas as ressalvas e dificuldades, o Brasil é hoje um país mais justo (o menos desigual dos últimos 25 anos, segundo a FGV) e, sobretudo: um país melhor preparado para um novo ciclo de desenvolvimento. A inflação está controlada. Os juros, finalmente, desenham uma trajetória firme de queda. A TJLP é a menor da história econômica nacional. Zeramos a dívida externa. As reservas cambiais são cinco vezes superiores ao caixa disponível na era tucana. Criamos 5 milhões de empregos formais, contra 800 mil no último quatriênio de FHC.

Os investimentos em infra-estrutura e na indústria de base, anunciados para os próximos quatro anos, sinalizam que chegaremos a 25% de formação bruta de capital em relação ao PIB.
Projeta-se, assim, uma taxa de crescimento superior a 4%, o que favorece a arrecadação da Previdência e o maior equilíbrio fiscal, sem ônus das prioridades sociais.

Os investimentos públicos em educação, habitação, transporte coletivo e saneamento básico são um compromisso do PT para enfrentar os problemas graves das grandes cidades. O que aconteceu no estado de São Paulo é o desfecho trágico da omissão tucana nessa área. Seu choque de competência e gestão produziu, em 12 anos, uma organização criminosa, o PCC, que passou a comandar os presídios e, a partir deles, desfechar ordens de ataque coletivo contra a sociedade.

Alckmin faz em São Paulo o mesmo que o tucanato fez no Brasil: queima ativos públicos para cobrir passivos fiscais disfarçados. Leiam o que tem dito o atual governador Cláudio Lembo. As contas paulistas não fecham este ano, exceto com a venda da CETEEP e a queima das ações da Nossa Caixa -- numa operação arquitetada por bancos para transferir a eles mesmos parte do controle da instituição responsável pelo investimento público no estado, e que teria sido suspensa, ao menos por enquanto, pelo impacto negativo que traria ao candidato Alckmin.

No governo federal, o PT fez o oposto: o BNDES retomou seu papel como alavanca pública do desenvolvimento brasileiro. Há diferenças substantivas por trás da cortina de opacidade e falso moralismo com a qual a mídia conservadora quer encobrir os projetos em confronto nesse pleito. Por isso, o segundo turno será bom para o presidente Lula: permitirá esclarecer ao povo quem está com quem nesta disputa política de 2006.

Copyright © 1995, 2000, Jornal do Brasil. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo para fins comerciais.

Saturday, October 07, 2006

Zé Dirceu volta a dizer em seu blog que a militância fará a diferença

Não é hora de baixar a guarda
Esse é o recado de vários leitores deste blog que comentaram a notícia sobre os resultados da primeira pesquisa do Datafolha depois do primeiro turno, que traz Lula com sete pontos de vantagem sobre Alckmin. Muitos estão preocupados com o fato de que a militância não se mobilize o necessário porque Lula está na liderança. Lembram que Lula também estava na frente no primeiro turno e, até quatro dias antes, as pesquisas apontavam a sua vitória no dia 1º.
Temem uma reversão dos resultados, em função da campanha aberta da mídia contra Lula e a favor do adversário. Eu concordo: não é hora de baixar a guarda. A margem a favor de Lula ainda não garante nossa vitória. É hora de a militância ir para a rua, mostrar o que o governo Lula fez, defender seu programa, sua proposta para o país de mais empregos, mais distribuição da renda, mais crescimento, mais soberania.
Todos têm que fazer como a Sara, que postou um comentário sobre a pesquisa, relatando que ontem reverteu um voto a favor de Lula. Ela pergunta aos demais leitores: "E vocês?". Ou como o Leonardo, que se impôs uma meta pessoal de conquistar 50 votos a favor de Lula. Ele faz a seguinte conta: “Se cada militante conseguir 20 votos, Lula vencerá com 15 pontos de vantagem”. Como sempre digo, o que faz a diferença é a força da militância do PT. A tarefa é, a cada dia, conquistar um novo voto. É isso que vai dar a vitória ao presidente Lula.
enviada por Zé Dirceu