Lula em campanha: Oposição briga
Jasson de Oliveira Andrade
Lula não está fazendo nada. O presidente não realizou obras. Ele está de braços cruzados. Esta era a acusação dos oposicionistas até pouco tempo. Agora estão bravos. Lula está inaugurando obras e tomando medidas a favor do povo. Querem mesmo acionar a Justiça Eleitoral contra o presidente. Com isso, desmentem as próprias acusações de que ele é inoperante!
A VEJA, que é anti-Lula, fez uma reportagem sob o título “O candidato dos pobres”. Nela, diz que Lula é candidato dos pobres e Serra dos ricos. A revista diz com todas as letras: “O prefeito José Serra provável candidato do PSDB: apoio maior entre os eleitores ricos”. No texto, VEJA constata: “O eleitorado nordestino de Lula tem sido reforçado à base de investimentos importantes.
“O governo fará uma refinaria em Pernambuco, a Ferrovia Transnordestina, a duplicação da BR-101, a transposição do Rio São Francisco, a exploração de petróleo na Paraíba. É uma série de boas notícias que reforça o prestígio do presidente na região”, analisa o deputado Eduardo Campos, do PSB de Pernambuco.
Além disso, em seu governo, para agradar o eleitorado mais humilde, Lula congelou o preço do gás de cozinha e reduziu os impostos dos produtos da cesta básica, duas medidas de alto impacto para as camadas de menor renda, e acaba de anunciar com barulho que o novo salário mínimo será de 350 reais, sofrendo assim um aumento real de 13% - o maior dos últimos dez anos. (...) O aceno para o eleitor pobre não param. Na semana passada, numa solenidade em Brasília, Lula anunciou um pacote de incentivo à moradia popular, liberando recursos para a casa própria e REDUZINDO IMPOSTOS SOBRE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO (destaque meu)”. A verdadeira intenção da revista VEJA é mostrar que Lula se preocupa com os pobres, mas esquece a classe média.
Ela não diz isso. No entanto, torna-se clara essa sua intenção pelo que não diz: as medidas tomadas pelo governo Lula não beneficiam apenas as camadas mais pobres. Elas favorecem também a classe média que também compra gás de cozinha e adquire alimentos da cesta básica. Com a redução dos impostos sobre material de construção, beneficiará a classe média que compra cimento, pisos e outros materiais de construção. Vai ainda favorecer a indústria cerâmica de Mogi Guaçu!
Em visita ao Nordeste, Lula “deixou claro que, daqui para frente, vai ressaltar nos eventos e viagens suas realizações numa área cara aos tucanos: a universidade. Ele sugeriu que os adversários podem esperar muitas comparações de números do ensino superior de seu governo com os da gestão anterior [oito anos], do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Decidiu que vai propagar quantas vezes for possível que investiu mais nas “fábricas de inteligência” que os tucanos [em oito anos].Vai dizer que abriu quatro universidades federais, enquanto Fernando Henrique inaugurou uma em dois mandatos. “E vamos fazer muito mais”, afirmou. (Estado, 23/2/2005). Beneficiou a classe média. É lógico que o apoio a Lula é maior entre os pobres.
A Folha noticiou: Bolsa-Família é a principal razão para subida de Lula: “O Bolsa-Família é o principal fator de recuperação de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto para presidente, constatou o Datafolha.
O jornalista Vinicus Torres Freire, pergunta: “Bolsa-Família, o Real de Lula?”. Na reportagem, “Estou feliz de ouvir o reconhecimento”, publicada no Estadão, Fausto Macedo relata: “Diante de 4 mil arapiraquenses [Arapiraca , Alagoas– 200 mil habitantes],espremidos no ginásio do Sesi e que o receberam ao compasso de “um,dois,três, Lula outra vez”, o presidente ganhou um cabo eleitoral tão veemente que nem ele poderia esperar.
Luciano Barbosa (PMDB) – prefeito da cidade e ex-ministro de seu maior oponente e antecessor, Fernando Henrique Cardoso – cobriu-o de elogios e agradecimentos “por tudo o que tem feito” pelo Estado que exibe os piores indicadores sociais do País”. O inesperado elogio de um ex-ministro de FHC foi a consagração de Lula!
Enquanto Lula está em campanha, os tucanos continuam brigando para saber quem vai ser o adversário dele, trazendo constrangimento aos companheiros. É o caso do deputado Sidney Beraldo. Como deputado estadual e também presidente do PSDB paulista, o parlamentar sanjoanense deu apoio à candidatura de Alckmin. Deve-se lembrar que, a pedido dele, Serra nomeou o ex-prefeito de São João da Boa Vista, Laert de Lima Teixeira, para sub-prefeito de Itaquera.
Por esse motivo, uma decisão, sem dúvida, difícil. O curioso é que o deputado Beraldo, quando eleito presidente estadual do partido, alertou: “O PSDB precisa estar unido e a estrutura partidária fortalecida porque temos a grande chance de retomar o governo federal e continuar governando São Paulo”.
O alerta não foi ouvido, daí a divisão (Alckmin versus Serra), com reflexo na escolha do candidato ao governo de São Paulo. Outro deputado da Região, este de São José do Rio Pardo, que faz dobradinha com Beraldo, revoltou-se com a Ceia dos Cardeais com Serra.
Notícia de Carta Capital: “O deputado federal paulista Sílvio Torres, para citar um caso, não poupou o triunvirato [FHC, Aécio e Tasso] em conversa reservada com o colega carioca Eduardo Paes. “O Alckmin agora tem de ficar devendo explicações à imprensa sobre a m... que os caras fizeram. Eles têm de reparar essa m... O Aécio precisa ligar, o Tasso precisa ligar [para o governador]. Mas não basta. O príncipe [FHC] também tem de botar a cara”.
Além dos tucanos, essa divisão causou briga no PFL. Segundo a Folha, “o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) criticou o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), que disse que a cúpula do partido apóia José Serra (PSDB) nas eleições. “Se ele pode falar por alguém, é pelo pai [o prefeito do RJ, César Maia]. Por mim, ninguém fala”. ACM é alckmista.
Com Lula em campanha e com a briga de tucanos e pefelistas, entre si, depois não querem que o presidente cresça nas pesquisas! Acham que, como faltam sete meses para as eleições, eles podem se recuperar. Poder podem. Mas não será tarde e a recuperação poderá não vir?
JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu
Jasson de Oliveira Andrade
Lula não está fazendo nada. O presidente não realizou obras. Ele está de braços cruzados. Esta era a acusação dos oposicionistas até pouco tempo. Agora estão bravos. Lula está inaugurando obras e tomando medidas a favor do povo. Querem mesmo acionar a Justiça Eleitoral contra o presidente. Com isso, desmentem as próprias acusações de que ele é inoperante!
A VEJA, que é anti-Lula, fez uma reportagem sob o título “O candidato dos pobres”. Nela, diz que Lula é candidato dos pobres e Serra dos ricos. A revista diz com todas as letras: “O prefeito José Serra provável candidato do PSDB: apoio maior entre os eleitores ricos”. No texto, VEJA constata: “O eleitorado nordestino de Lula tem sido reforçado à base de investimentos importantes.
“O governo fará uma refinaria em Pernambuco, a Ferrovia Transnordestina, a duplicação da BR-101, a transposição do Rio São Francisco, a exploração de petróleo na Paraíba. É uma série de boas notícias que reforça o prestígio do presidente na região”, analisa o deputado Eduardo Campos, do PSB de Pernambuco.
Além disso, em seu governo, para agradar o eleitorado mais humilde, Lula congelou o preço do gás de cozinha e reduziu os impostos dos produtos da cesta básica, duas medidas de alto impacto para as camadas de menor renda, e acaba de anunciar com barulho que o novo salário mínimo será de 350 reais, sofrendo assim um aumento real de 13% - o maior dos últimos dez anos. (...) O aceno para o eleitor pobre não param. Na semana passada, numa solenidade em Brasília, Lula anunciou um pacote de incentivo à moradia popular, liberando recursos para a casa própria e REDUZINDO IMPOSTOS SOBRE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO (destaque meu)”. A verdadeira intenção da revista VEJA é mostrar que Lula se preocupa com os pobres, mas esquece a classe média.
Ela não diz isso. No entanto, torna-se clara essa sua intenção pelo que não diz: as medidas tomadas pelo governo Lula não beneficiam apenas as camadas mais pobres. Elas favorecem também a classe média que também compra gás de cozinha e adquire alimentos da cesta básica. Com a redução dos impostos sobre material de construção, beneficiará a classe média que compra cimento, pisos e outros materiais de construção. Vai ainda favorecer a indústria cerâmica de Mogi Guaçu!
Em visita ao Nordeste, Lula “deixou claro que, daqui para frente, vai ressaltar nos eventos e viagens suas realizações numa área cara aos tucanos: a universidade. Ele sugeriu que os adversários podem esperar muitas comparações de números do ensino superior de seu governo com os da gestão anterior [oito anos], do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Decidiu que vai propagar quantas vezes for possível que investiu mais nas “fábricas de inteligência” que os tucanos [em oito anos].Vai dizer que abriu quatro universidades federais, enquanto Fernando Henrique inaugurou uma em dois mandatos. “E vamos fazer muito mais”, afirmou. (Estado, 23/2/2005). Beneficiou a classe média. É lógico que o apoio a Lula é maior entre os pobres.
A Folha noticiou: Bolsa-Família é a principal razão para subida de Lula: “O Bolsa-Família é o principal fator de recuperação de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto para presidente, constatou o Datafolha.
O jornalista Vinicus Torres Freire, pergunta: “Bolsa-Família, o Real de Lula?”. Na reportagem, “Estou feliz de ouvir o reconhecimento”, publicada no Estadão, Fausto Macedo relata: “Diante de 4 mil arapiraquenses [Arapiraca , Alagoas– 200 mil habitantes],espremidos no ginásio do Sesi e que o receberam ao compasso de “um,dois,três, Lula outra vez”, o presidente ganhou um cabo eleitoral tão veemente que nem ele poderia esperar.
Luciano Barbosa (PMDB) – prefeito da cidade e ex-ministro de seu maior oponente e antecessor, Fernando Henrique Cardoso – cobriu-o de elogios e agradecimentos “por tudo o que tem feito” pelo Estado que exibe os piores indicadores sociais do País”. O inesperado elogio de um ex-ministro de FHC foi a consagração de Lula!
Enquanto Lula está em campanha, os tucanos continuam brigando para saber quem vai ser o adversário dele, trazendo constrangimento aos companheiros. É o caso do deputado Sidney Beraldo. Como deputado estadual e também presidente do PSDB paulista, o parlamentar sanjoanense deu apoio à candidatura de Alckmin. Deve-se lembrar que, a pedido dele, Serra nomeou o ex-prefeito de São João da Boa Vista, Laert de Lima Teixeira, para sub-prefeito de Itaquera.
Por esse motivo, uma decisão, sem dúvida, difícil. O curioso é que o deputado Beraldo, quando eleito presidente estadual do partido, alertou: “O PSDB precisa estar unido e a estrutura partidária fortalecida porque temos a grande chance de retomar o governo federal e continuar governando São Paulo”.
O alerta não foi ouvido, daí a divisão (Alckmin versus Serra), com reflexo na escolha do candidato ao governo de São Paulo. Outro deputado da Região, este de São José do Rio Pardo, que faz dobradinha com Beraldo, revoltou-se com a Ceia dos Cardeais com Serra.
Notícia de Carta Capital: “O deputado federal paulista Sílvio Torres, para citar um caso, não poupou o triunvirato [FHC, Aécio e Tasso] em conversa reservada com o colega carioca Eduardo Paes. “O Alckmin agora tem de ficar devendo explicações à imprensa sobre a m... que os caras fizeram. Eles têm de reparar essa m... O Aécio precisa ligar, o Tasso precisa ligar [para o governador]. Mas não basta. O príncipe [FHC] também tem de botar a cara”.
Além dos tucanos, essa divisão causou briga no PFL. Segundo a Folha, “o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) criticou o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), que disse que a cúpula do partido apóia José Serra (PSDB) nas eleições. “Se ele pode falar por alguém, é pelo pai [o prefeito do RJ, César Maia]. Por mim, ninguém fala”. ACM é alckmista.
Com Lula em campanha e com a briga de tucanos e pefelistas, entre si, depois não querem que o presidente cresça nas pesquisas! Acham que, como faltam sete meses para as eleições, eles podem se recuperar. Poder podem. Mas não será tarde e a recuperação poderá não vir?
JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu
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