Wednesday, February 15, 2006

Esquinas de Brasília - para onde vai o P-SOL?
Por Redação [15/2/2006]

Valter Campanato/ABr


A disputa oculta do P-SOLBem menos midiatizado que a disputa José Serra versus Geraldo Alckmin, um outro debate pré-eleitoral toma conta de uma legenda com menos chances de vitória presidencial que o PSDB. O Partido do Socialismo e Liberdade (P-SOL), nem um ano após a sua fundação formal, enfrenta forte divisão interna.Mas a discórdia não está entre nomes para a chapa principal, como no rico tucanato. A senadora Heloísa Helena, eleita pelo PT alagoano, é consenso para disputar a vaga no terceiro andar do Palácio do Planalto. O que seus correligionários discutem é o tom que sua campanha terá ao longo do ano, e principalmente nos preciosos minutos que terão via televisão.A peleja pelas palavras de Heloísa HelenaÁcida crítica de seus ex-companheiros petistas, Helena é reconhecida por gastar mais saliva em plenário vociferando contra Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo, que com seus colegas de Senado. Pelo contrário, já foi fotografada, mais de uma vez, em cenas de explícito carinho com o baiano Antônio Carlos Magalhães e o alagoano Renan Calheiros – raposas velhas da direita tupiniquim.O que a última leva de petistas que migraram ao P-SOL querem é uma campanha que bata nos pontos centrais do que seria um programa socialista para o Brasil. E poupasse um pouco o PT, para não fazer o serviço sujo para a direita.O grupo pioneiro do P-SOL – formado por Helena e os deputados Babá (PA) e Luciana Genro (RS) – prefere manter a estratégia de disputar o eleitorado do PT. Para isso, querem continuar investindo verborragia para provar o que seria uma traição de Lula ao povo.Recém chegados já pensam na saídaA discussão entre novos e novíssimos militantes do P-SOL teve início ainda no ano passado, logo após a filiação dos últimos. Sem registro na imprensa, muitas reuniões têm sido realizadas, principalmente no Rio de Janeiro. O clima é bem tenso.Mesmo sem se arrepender de ter deixado o PT, a última leva de P-SOLzistas já pensa, inclusive, em deixar sua nova legenda. Obscuro continua sendo seu destino.Matemática difícil em 2006A polêmica sobre o discurso de Helena não é o principal problema dos militantes do P-SOL este ano. São preocupantes as contas para estimar quantos votos serão necessários para garantir que pelo menos um deputado do partido seja eleito pela primeira vez.Maninha, que foi eleita pelo PT do Distrito Federal, é o caso mais difícil. Para se reeleger por seu novo partido, teria de ter 12% dos votos para deputado federal no DF. Também solitários em seus estados, a gaúcha Luciana Genro e o cearense João Alfredo não estão em situação muito mais tranqüila.Totalmente incertas são as eleições em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde há mais deputados. O P-SOL paulista vai apresentar dois deputados que tiveram mais de 100 mil votos cada em 2002. Orlando Fantazzini não contará mais com o apoio da prefeitura petista de Guarulhos e os assessores de Ivan Valente acham difícil que ele repita o desempenho do ano em que Lula ganhou.O carioca Chico Alencar, também destinatário de mais de 100 mil votos em 2002, faz contas para saber quantos terá em um ano que não estará colado à figura do presidente. E terá de disputar votos com seu novo colega de seção fluminense da legenda. Após mudar seu domicílio eleitoral, Babá vai disputar uma vaga pelo Rio de Janeiro.

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