POLÍTICOS VIPs.
Fui ao Show. Não vi e quase não ouvi. Quem estava na parte de traz só via os coqueiros da praia de Copacabana e os postos de observação da PM, que impediam a visão do telão, que por sinal só tinha um no centro do palco e duas “telinhas” nas laterais.
Assim que os Stones pisaram no palco, helicópteros da PM começaram a sobrevoar a área e só o que ouvíamos era o barulho dos motores.
Afro Reggae e Titãs que abriram o show cantaram praticamente no escuro, já que o palco só foi iluminado completamente para a banda principal, mas deram um show a parte, principalmente Titãs, que cantaram clássicos inesquecíveis de seu repertório.
Para um show desse porte e com o número de pessoas que estava na praia, achei que foi relativamente calmo, exceto por pequenos incidentes já esperados nesse tipo de evento.
Na verdade, o grande espetáculo ficou mesmo por conta da nossa violenta e truculenta polícia militar, que partia pra cima de prováveis suspeitos com golpes de cacetetes, principalmente nos corredores dos banheiros químicos, onde podiam praticar suas arbitrariedades em relativo anonimato.
Mas, a grande vergonha mesmo ficou por conta da tal área VIP que solapou o espaço da galera que realmente agita. Os tais VIPs estavam confortavelmente instalados na frente do palco, num espaço cercado por grades.
Caracterizando um verdadeiro apartheid social em plena praia de Copacabana. Justo Copacabana! Templo de todas as tribos.
VIPs que não se empolgaram com as músicas dos Stones e não conseguiram transmitir energia para o massa que se aglomerava na areia, no calçadão, na pista, nas árvores, em cima dos banheiros e em qualquer canto que lhes permitissem assistir a apresentação.
VIPs que estavam ali para aparecer nas páginas das Caras e bocas da vida e Quem Acontece. VIPs selecionados pela breguíssima, Collorida e emergente Alicinha Cavalcanti (lembram que ela apareceu na época de Collor?).
Entre eles estavam os nossos parlamentares e membros das CPIs, ACM Neto e Delcídio Amaral, que literalmente faziam parte da Casa Grande, enquanto a massa na senzala, se acotovelava para ter direito a assistir a um show que lhes foi oferecido de graça, mas que na verdade a sua presença ali só servia para fazer número.
ACM Neto e Delcídio estavam ali enquanto legítimos representantes dessa elite decadente que há anos domina o nosso país. Só esta atitude já seria o bastante para confirmar que este senhor não merece ter uma carteirinha de filiação ao Partido dos Trabalhadores, que dirá pretender ser candidato ao governo do Mato Grosso do Sul pela nossa legenda.
Ao que me consta à praia é um espaço público e democrático, não é propriedade do Srs. César e Rodrigo Maia e nem da Dona Alicinha Cavalcanti. Não pode ser cercada para promover segregação social.
Diante do absurdo a galera se revoltou e hostilizou os tais VIPs. Não sou favorável a este tipo de atitude, mas também não posso aceitar tamanho desrespeito com a população que paga os seus impostos e é obrigada a passar por esse tipo de constrangimento.
Políticos que compactuam com esse tipo de prática estão faltando com o respeito ao povo.
Que os organizadores deste tipo de evento, da próxima vez não se esqueçam que a praia não tem dono e se quiserem organizar um show para VIPs, o façam em uma casa fechada, onde quem puder pagar pague.
E não deixe o povão sem opção dentro de um evento grátis, sem poder escolher o melhor espaço para assistir ao show, porque uma grande extensão da praia estava reservada para a classe dominante.
Em ano de eleição, políticos aparecem em show do Stones
JANAINA LAGEMÁRCIO DINIZda Folha Online, no Rio
Não foram só famosos e artistas, políticos também disputaram ingressos da área VIP do show do Rolling Stones no Rio de Janeiro, que ocorre neste sábado na praia de Copacabana --mais de um milhão estão no local.
Em ano de eleição, a atenção das câmeras e a oportunidade de dar entrevistas não é desperdiçada.Entre as figuras que circulam pelo local estão os deputados Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) e Rodrigo Maia (PFL-RJ), o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB) e o ministro da Cultura, Gilberto Gil.
O ministro, aliás, é um dos mais empolgados, e até subiu na grade para ver o palco melhor."Minha geração é fã dos Stones. É um privilégio o Brasil ter um show desses", afirmou Aécio Neves, conhecido como amante de festas.
Ele estava no camarote com amigos e acompanhado da atriz Maite Proença.Já Delcídio Amaral, que já viu o show da banda no exterior, afirmou ser um "macaco de auditório" dos Stones. As músicas preferidas dele são "Gimme Shelter", "Brown Sugar" e "Simpathy for the devil".
Na área VIP só entrou quem tinha convite e uma camiseta feita especialmente para o evento. Mesmo assim, foi possível ver alguns "bicos" tentando convencer o segurança a liberar a entrada.
"Sou amigo de fulano", tentava se explicar um.Entre os convidados estavam ainda Roberto de Carvalho, que apareceu sem Rita Lee, Arnaldo Antunes, Maria Paula, o cantor Simoninha, Cauã Reymond, Malu Mader e Marcelo Serrado.
Fui ao Show. Não vi e quase não ouvi. Quem estava na parte de traz só via os coqueiros da praia de Copacabana e os postos de observação da PM, que impediam a visão do telão, que por sinal só tinha um no centro do palco e duas “telinhas” nas laterais.
Assim que os Stones pisaram no palco, helicópteros da PM começaram a sobrevoar a área e só o que ouvíamos era o barulho dos motores.
Afro Reggae e Titãs que abriram o show cantaram praticamente no escuro, já que o palco só foi iluminado completamente para a banda principal, mas deram um show a parte, principalmente Titãs, que cantaram clássicos inesquecíveis de seu repertório.
Para um show desse porte e com o número de pessoas que estava na praia, achei que foi relativamente calmo, exceto por pequenos incidentes já esperados nesse tipo de evento.
Na verdade, o grande espetáculo ficou mesmo por conta da nossa violenta e truculenta polícia militar, que partia pra cima de prováveis suspeitos com golpes de cacetetes, principalmente nos corredores dos banheiros químicos, onde podiam praticar suas arbitrariedades em relativo anonimato.
Mas, a grande vergonha mesmo ficou por conta da tal área VIP que solapou o espaço da galera que realmente agita. Os tais VIPs estavam confortavelmente instalados na frente do palco, num espaço cercado por grades.
Caracterizando um verdadeiro apartheid social em plena praia de Copacabana. Justo Copacabana! Templo de todas as tribos.
VIPs que não se empolgaram com as músicas dos Stones e não conseguiram transmitir energia para o massa que se aglomerava na areia, no calçadão, na pista, nas árvores, em cima dos banheiros e em qualquer canto que lhes permitissem assistir a apresentação.
VIPs que estavam ali para aparecer nas páginas das Caras e bocas da vida e Quem Acontece. VIPs selecionados pela breguíssima, Collorida e emergente Alicinha Cavalcanti (lembram que ela apareceu na época de Collor?).
Entre eles estavam os nossos parlamentares e membros das CPIs, ACM Neto e Delcídio Amaral, que literalmente faziam parte da Casa Grande, enquanto a massa na senzala, se acotovelava para ter direito a assistir a um show que lhes foi oferecido de graça, mas que na verdade a sua presença ali só servia para fazer número.
ACM Neto e Delcídio estavam ali enquanto legítimos representantes dessa elite decadente que há anos domina o nosso país. Só esta atitude já seria o bastante para confirmar que este senhor não merece ter uma carteirinha de filiação ao Partido dos Trabalhadores, que dirá pretender ser candidato ao governo do Mato Grosso do Sul pela nossa legenda.
Ao que me consta à praia é um espaço público e democrático, não é propriedade do Srs. César e Rodrigo Maia e nem da Dona Alicinha Cavalcanti. Não pode ser cercada para promover segregação social.
Diante do absurdo a galera se revoltou e hostilizou os tais VIPs. Não sou favorável a este tipo de atitude, mas também não posso aceitar tamanho desrespeito com a população que paga os seus impostos e é obrigada a passar por esse tipo de constrangimento.
Políticos que compactuam com esse tipo de prática estão faltando com o respeito ao povo.
Que os organizadores deste tipo de evento, da próxima vez não se esqueçam que a praia não tem dono e se quiserem organizar um show para VIPs, o façam em uma casa fechada, onde quem puder pagar pague.
E não deixe o povão sem opção dentro de um evento grátis, sem poder escolher o melhor espaço para assistir ao show, porque uma grande extensão da praia estava reservada para a classe dominante.
Em ano de eleição, políticos aparecem em show do Stones
JANAINA LAGEMÁRCIO DINIZda Folha Online, no Rio
Não foram só famosos e artistas, políticos também disputaram ingressos da área VIP do show do Rolling Stones no Rio de Janeiro, que ocorre neste sábado na praia de Copacabana --mais de um milhão estão no local.
Em ano de eleição, a atenção das câmeras e a oportunidade de dar entrevistas não é desperdiçada.Entre as figuras que circulam pelo local estão os deputados Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) e Rodrigo Maia (PFL-RJ), o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB) e o ministro da Cultura, Gilberto Gil.
O ministro, aliás, é um dos mais empolgados, e até subiu na grade para ver o palco melhor."Minha geração é fã dos Stones. É um privilégio o Brasil ter um show desses", afirmou Aécio Neves, conhecido como amante de festas.
Ele estava no camarote com amigos e acompanhado da atriz Maite Proença.Já Delcídio Amaral, que já viu o show da banda no exterior, afirmou ser um "macaco de auditório" dos Stones. As músicas preferidas dele são "Gimme Shelter", "Brown Sugar" e "Simpathy for the devil".
Na área VIP só entrou quem tinha convite e uma camiseta feita especialmente para o evento. Mesmo assim, foi possível ver alguns "bicos" tentando convencer o segurança a liberar a entrada.
"Sou amigo de fulano", tentava se explicar um.Entre os convidados estavam ainda Roberto de Carvalho, que apareceu sem Rita Lee, Arnaldo Antunes, Maria Paula, o cantor Simoninha, Cauã Reymond, Malu Mader e Marcelo Serrado.
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