Tuesday, February 21, 2006

21/02/2006 - Petistas vêem erros em relatório de ACM Neto

Parlamentares do PT que compõem a CPMI dos Correios condenaram a postura do sub-relator de Fundos de Pensão da comissão, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), que divulgou nesta terça-feira um relatório sobre uma suposta ligação de 12 fundos de pensão com o chamado "valerioduto". Para o deputado Carlos Abicalil (PT-MT) e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), o pefelista apresentou dados equivocados para tentar vincular fundos de pensão federais aos bancos Rural e BMG.
Para Abicalil, "a manobra do deputado ACM Neto pariu um rato". "O método que ele adotou não permite a correção monetária dos valores. Perde-se a noção da grandeza, sem sabermos qual o universo de movimentação que foi realizado. Além disso, as gestões dos fundos de pensão em 2002 e 2004 fizeram movimentos rigorosamente idênticos", afirmou o deputado.
O petista argumenta que as aplicações realizadas pelos fundos federais nos bancos Rural e BMG foram as mesmas realizadas pelos fundos privados. "O relator não observa que nesses mesmos bancos outros fundos fizeram rigorosamente as mesmas aplicações no período analisado. Não foi uma operação anômala. As movimentações não foram atípicas, uma vez que, no conjunto dos fundos, os movimentos foram similares entre federais e privados", afirmou.
Carlos Abicalil questionou ainda a atitude de ACM Neto, que queria convocar uma entrevista coletiva para divulgar o relatório. "Ele tinha armado uma coletiva. Mas isso é completamente avesso à ordem dos trabalhos, até porque na pauta não havia previsão para a apresentação de relatório de qualquer espécie", afirmou.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) também contestou os dados apresentados pelo deputado ACM Neto. A senadora apresentou um documento elaborado pela Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, responsável pelo acompanhamento do sistema de previdência privada, que registra as aplicações de todos os fundos nos bancos Rural e BMG.
Segundo ela, os fundos estaduais e fundos privados investiram de forma mais concentrada nos dois bancos do que os fundos patrocinados por empresas federais, foco da investigação do sub-relator de Fundos de Pensão. "Só posso concluir que houve vantagem de mercado para atrair investimentos para esses bancos", destacou.
Ideli também contestou a afirmação de ACM Neto de que haveria coincidência entre resultados de aplicações dos fundos e os saques realizados pelo publicitário Marcos Valério de Souza para abastecer o suposto esquema de "mensalão".
Apontando os gráficos apresentados pelo sub-relator, a senadora mostrou que os maiores saques ocorreram em momentos em que não houve aplicações.

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