Sunday, October 22, 2006

Visão estática dos economistas lembra planificação

Escrevendo na Folha com clareza e tratando de temas relevantes para o desenvolvimento do Brasil, o economista José Alexandre Scheinkman tem cobrado dos candidatos propostas para reduzir os gastos públicos e os impostos, para assim aumentar os investimentos em infra-estrutura e educação – mais precisamente, em pesquisa e desenvolvimento. Boa causa.
No artigo de hoje, ele contesta o presidente e candidato Lula, que disse que a redução dos juros e o crescimento são as soluções para a redução das despesas correntes e dos impostos, política que esse blog vem defendendo.
Scheinkman afirma que, mesmo que as taxas reais de juros fossem reduzidas de 10% para 6%, só restaria o equivalente a 2% do PIB para investimento ou corte de impostos, o que para ele é uma pequena folga e exigiria a diminuição, para ser utilizada como investimento, da meta de superávit fiscal.
Não entendo essa visão estática dos economistas, típica da equipe do Banco Central brasileiro. Ela me lembra sempre, não sei o porquê, o Gosplan e a planificação burocrática socialista.
Reduzir os juros, e logo o serviço da dívida, em quatro pontos percentuais, no Brasil, é uma mudança radical, sr. Scheinkman. Equivale a R$ 20 bilhões a mais para investimentos por ano e R$ 20 bilhões a menos nos impostos, será mais com o crescimento da economia e da arrecadação, é muito para a infra-estrutura e a pesquisa e também para uma desoneração seletiva de impostos, ainda mais se contamos com as concessões e parcerias público-privadas, as PPPs.
Sobre a redução do superávit, não entendi por que ele não pode ser reduzido para 3,25%. Se o serviço da dívida cai, a arrecadação aumenta e o PIB cresce, também cairá a relação entre dívida pública e PIB, logo o superávit pode sim ser diminuído. Ou isso é um dogma dos mercados?
enviada por Zé Dirceu

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