Para ler uma análise sobre as "vivandeiras de tribunais"
Renato Lessa, professor de Teoria Política do Iuperj e da UFF, retomou hoje, em artigo no Estadão (para assinantes), o tema da entrevista – muito boa, diga-se de passagem – que havia dado ao Valor Econômico dias atrás e que citei aqui. Vale a pena ler o artigo, que diz nesses dois trechos:
"(...) o núcleo duro e energizado da campanha Alkcmin - em termos de presença política e capacidade de formulação - não tem como foco principal o cenário eleitoral, talvez por julgá-lo perdido. Sua prioridade reside em trazer para a política a intervenção corretiva da investigação policial e dos tribunais. A imagem sugerida é a do aggiornamento e reintronização de um personagem típico da República de 1946, com DNA semelhante ao da coalizão tucano-pefeliana: o das vivandeiras de quartel, que em nome da moralidade pública, solicitavam a intervenção corretiva das Forças Armadas, contra Getúlio, Juscelino e Jango. A reedição pura e dura desse velho hábito parece ser impensável no quadro atual, porém, nada impede que vivandeiras de tribunais exerçam a motivação de buscar fora do âmbito político tradicional corretivos para mazelas e absurdos que nele ocorrem".
"A chamada voz das urnas é o fragmento tímido que nos liga à tradição democrática. Mas, o mesmo deve ser dito para os imperativos do Estado de Direito. O ideal é que esse contencioso seja zerado e que a política siga seu curso, qualquer que ele seja, e que condições mínimas de cooperação sejam estabelecidas. A não ser que seu envolvimento pessoal e direto, ou por meio de agente com inequívoca associação, em práticas alopradas seja demonstrado nas investigações em curso, Lula, se ganhar, deve tomar posse e, por tomar posse, deve governar".
enviada por Zé Dirceu
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