PF investiga a venda de silêncio sobre os tucanos
Na semana passada, a IstoÉ mostrou os Vedoin afirmando que Abel Pereira era o "operador" da máfia dos sanguessugas na gestão dos ex-ministros da Saúde José Serra e Barjas Negri, quando, segundo eles, era "mais fácil" vender as ambulâncias superfaturadas. Nesta semana, a mesma IstoÉ relata que Abel Pereira teria tentado comprar o silêncio dos Vedoin.
Embora os tucanos venham fazendo malabarismos verbais para tentar explicar a situação, o fato é que José Serra e Barjas Negri têm de ser investigados. Não adianta parte da mídia ficar afirmando que Luiz Antonio Vedoin isentou Serra, já que, como afirma a revista, Abel Pereira tentou comprar o silêncio do empresário, apontado como o chefe do esquema das sanguessusas. José Serra e Barjas Negri dividiram o comando da pasta na época em que ocorriam as irregularidades.
Em 26 de dezembro de 2001, a coluna Radar, da Veja (para assinantes), trouxe a nota "Passando o bastão", que mostrava a confiança de Serra em seu subordinado – e, mais, indicava que Barjas Negri já era o sucessor do tucano. Dizia a nota:
"Com o ritmo de pré-campanha recrudescendo, José Serra não está mais obsessivamente no dia-a-dia do Ministério da Saúde, como era seu costume nos últimos quatro anos. Quem cada vez mais toma conta do pedaço é o secretário executivo, Barjas Negri – aliás, sucessor de Serra no ministério".
Neste sentido, tem razão a revista Carta Capital quando afirma que a Polícia Federal não pode demorar para esclarecer o episódio. Em entrevista ao site Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, o repórter Leandro Fortes, da Carta Capital, ao comentar as investigações sobre Abel Pereira, disse:
"Ele queria vender o silêncio para o PSDB. Isso é uma coisa que está sendo investigada pela Polícia Federal. Essa história precisa ser melhor qualificada. A Polícia pegou em grampos telefônicos, conversar do Abel Pereira com o Luiz Antônio Vedoin, que é o chefe da máfia das ambulâncias. E, ao que tudo indica, essas conversas eram justamente uma negociação entre um lado e outro para que esse dossiê não viesse à tona, como veio. É bom lembrar que nos primeiros depoimentos do Luiz Antônio Vedoin – longos depoimentos à Polícia Federal – ele não citou os nomes e depois foi citando a conta-gotas. A interpretação geral sobre isso, é de que essa liberação a conta-gotas era uma demonstração de poder que eles tinham: 'quem a gente coloca na roda vira bandido no mesmo dia', avisavam".
A pergunta é: por que os tucanos negociavam o silêncio?
enviada por Zé Dirceu
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