PFL sem voto ganha São Paulo
Jasson de Oliveira Andrade
Um fato histórico: um partido, PFL, sem voto em nosso Estado ganhou São Paulo. Ao renunciar para se candidatar ao governo paulista, José Serra declarou: “Não poderíamos deixar o Estado nas mãos do PT”. E do PFL, que é o partido que substituiu a ARENA, representante da Ditadura Militar? Cláudio Lembo, que ganhou o Estado com a renúncia de Alckmin, foi presidente da ARENA durante o regime militar. Para quem não sabe, o regime perseguiu Serra, que se viu obrigado a exilar-se. Aí pode? Ele poderá dizer que isso é passado. Como é do passado a sua promessa de não renunciar o cargo de prefeito e se fizesse isso os eleitores não deveriam votar nele. Felizmente para Serra, os eleitores parecem que não vão atender seu pedido: segundo o Datafolha ele pode vencer no primeiro turno! Mas isso é outra história.
Um fato histórico: um partido, PFL, sem voto em nosso Estado ganhou São Paulo. Ao renunciar para se candidatar ao governo paulista, José Serra declarou: “Não poderíamos deixar o Estado nas mãos do PT”. E do PFL, que é o partido que substituiu a ARENA, representante da Ditadura Militar? Cláudio Lembo, que ganhou o Estado com a renúncia de Alckmin, foi presidente da ARENA durante o regime militar. Para quem não sabe, o regime perseguiu Serra, que se viu obrigado a exilar-se. Aí pode? Ele poderá dizer que isso é passado. Como é do passado a sua promessa de não renunciar o cargo de prefeito e se fizesse isso os eleitores não deveriam votar nele. Felizmente para Serra, os eleitores parecem que não vão atender seu pedido: segundo o Datafolha ele pode vencer no primeiro turno! Mas isso é outra história.
Kassab, o substituto de Serra e que ficará como prefeito por 3 anos, é assim descrito pela Folha: “Ex-integrante da tropa-de-choque de Paulo Maluf na Câmara Municipal, ex-secretário da gestão Celso Pitta e afilhado político do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). Kassab já respondeu a uma série de acusações. (Ele) ficou sob os holofotes após a polícia apreender mala com US$ 130 mil em uma rodovia paulista – valor que, segundo o motorista que a transportava, pertencia a Kassab. (...) não sofreu, no entanto, condenação. A apuração sobre seu patrimônio, que cresceu 316% nos quatro anos em que foi deputado estadual e trabalhou com Pitta, foi arquivada pelo Ministério Público Estadual, que considerou justificável seu enriquecimento”. Para se ter uma idéia, Serra tem um patrimônio de R$ 750 mil e Kassab R$ 3,9 milhões! (Fonte: Folha). Ainda segundo o jornal, Kassab “também teve participação na composição política que levou no ano passado [2005] seu amigo e sócio, o deputado estadual Rodrigo Garcia [fazia dobradinha com o atual prefeito, que era candidato a federal], à presidência da Assembléia Legislativa – derrotando o candidato de Geraldo Alckmin”. Será que não foi trama de Serra? Não ponho minhas mãos no fogo! Notícia da Folha: “No 1º dia, pefelista promete continuidade, assiste a protesto de professores e recebe cobranças de vereadores do PSDB”. Diga-se de passagem: Kassab foi imposto pelo PFL na chapa de Serra, que não o queria como vice. Agora, o tucano o elogia, mas só aceitou sair se pudesse tutelá-lo como prefeito. Os dois principais cargos, os que realmente governam, atualmente estão nas mãos de Aloysio Nunes Ferreira (Governo), que desistiu da reeleição, e Andréa Matarazzo (Subprefeituras). Em declaração à imprensa, o novo prefeito declarou que “não será tutelado”. Piada! Algumas declarações dele já estão sendo criticadas. No Editorial “Desafios de Kassab”, a Folha comentou: “Soam preocupantes as declarações do novo prefeito dadas em entrevista publicada pela Folha. Elas dão a sensação de que, por ora, o principal desígnio de Kassab é ajudar o tucano José Serra a triunfar na eleição para o governo do Estado. (...) Vale lembrar que, embora Kassab tenha sido agraciado com o cargo de Serra, seu compromisso administrativo é com os quase 11 milhões de habitantes de São Paulo”. É por isso, desconfiança na atual administração, que a maioria dos eleitores da Capital e da Grande São Paulo, segundo o Datafolha, não aprovou a renúncia de Serra. Já no Interior, a maioria aprova!
O PFL é fraquíssimo em São Paulo. Na Capital, entre 55 vereadores, o partido tem apenas dois e no Estado somente 7 deputados federais e 6 estaduais. Em Mogi Guaçu, não tem nenhum vereador. Apesar disso, agora ganhou de mão beijada a Prefeitura da Capital (Kassab), governador do Estado (Cláudio Lembo), presidente da Assembléia (Rodrigo Garcia). Nem mesmo o Estado mais pefelista, Bahia, feudo de Antonio Carlos Magalhães, o partido tem tanto poder. Na capital, Salvador, o prefeito não é do PFL!
Cláudio Lembo está demonstrando que é um ventrílogo de Alckmin. Toda defesa do tucano é repetida pelo pefelista. No artigo “Lembo não entendeu o Bolsa-Roupa, Elio Gaspari diz: “(Lembo) Defendendo o guarda-roupa boca-rica de Lu Alckmin, disse que ele serve para “divulgar a moda brasileira, o estilo brasileiro e a mulher brasileira” Discuti-lo seria “uma grande tolice”. (...) Num mês, madame Alckmin veste mais grifes estrangeiras que Elisabeth de Windson, Laura Bush e Bernadette Chirac em um ano. Seu Valentino vermelho é inesquecível. Nesse aspecto, Lu Alckmin divulga a moda estrangeira. Indo-se ao seu cabideiro de peças da grife nativa de Rogério Figueiredo, Lembo deveria ter lido a entrevista que o estilista deu à repórter Mônica Bergamo. Está lá: “Tudo de dona Lu sempre foi importado. Nada é nacional”. O Bolsa-Roupa é um estímulo à indústria têxtil de ultramar. (...) Fica uma dúvida. Quantas peças teve o mimo? “Poucas” (segundo a assessoria da senhora), “quarenta” (segundo ela própria) ou “400”, segundo Rogério Figueiredo? Para o pessoal do Bolsa-Família, um trapinho desses sai por R$ 1.000, pelo menos”. Lembo não governa. Passeia “inaugurando” obras que não é dele e repete os argumentos de Alckmin!
Para finalizar, José Simão: “E São Paulo agora está assim: o Nunkassab e o Não Lembo. O Kassab parece um dos três porquinhos. E o Lembo parece diretor de usina nuclear. Aliás, um bom presente para o Lembo seria uma tesourinha de aparar sobrancelha. Rarará”. Quanto ao astronauta brasileiro, Simão escreveu: “E grandes coisas que o Lula gastou US$ 10 milhões para mandar um brasileiro ao espaço... O Corinthians não gastou US$ 20 milhões para trazer um argentino ao Brasil?”
O PFL não tem voto, mas tem São Paulo! Presente igual, nem de pai para filho.
JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu
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