Saturday, February 11, 2006




Jamais defraudaremos Fidel• Chanceler Felipe Pérez Roque percorre hospitais de campanhacubanos na zona norte do Paquistão

TEXTO E FOTOS DE JUVENAL BALÁN NEYRA — enviado especial

“JAMAIS defraudaremos Fidel!” Essa foi a convicção expressa ao ministro cubano das Relações Exteriores, Felipe Pérez Roque, pelos colaboradores do Contingente Internacional Henry Reeve, que prestam ajuda solidária às vítimas do devastador terremoto de 8 de outubro passado, no Paquistão.
O chanceler cubano, acompanhado do major-general Usami, chefe dos Serviços Médicos do exército paquistanês e membro da Comissão Central de Emergência para a Crise, visitou os hospitais de campanha de Oghi e Jareed, bem como o de Rawalakot, na Caxemira, todos na região do desastre.
Acompanharam Felipe o vice-ministro primeiro do Ministério das Relações Exteriores de Cuba (Minrex), Bruno Rodríoguez; o embaixador cubano no Paquistão, Iván Mora; o funcionário do Minrex, Gustavo Machín, e Luis Oliveros, da diretoria do Contingente.
Em cada um dos lugares visitados, o chanceler cubano foi atendido por chefes militares de alta patente, que explicaram com detalhes a situação atual das vítimas do terremoto, bem como as medidas adotadas com vista a enfrentar o forte inverno, em meio de situações tão adversas.
Ao visitar o hospital de campanha de Oghi, no vale de Agrore, distrito de Mansehra, Pérez Roque estreitou a mão de cada um dos 74 colaboradores, se interessando pelas condições de vida, o lugar onde trabalham em Cuba, e parabenizou a ortopedista Ana María Machado, de Cienfuegos, que fazia anos nesse dia.
A doutora Denia Trujillo deu ao chanceler uma ampla informação sobre o trabalho feito pelo coletivo, a partir de 16 de novembro passado, data em que chegaram ao lugar. Já foram atendidos 29 900 pacientes, deles 9500 em visitas em campo, fizeram 70 intervenções cirúrgicas e salvaram 61 pessoas que chegaram ao hospital em estado grave.
Antes de partir de Oghi, Felipe expressou aos médicos e paramédicos cubanos: “Vocês estão demonstrando aqui que nossa Pátria é a humanidade e são exemplo dos valores com que temos sido formados pela Revolução: mensageiros da esperança e da vida”.
Num helicóptero MI-17, a comitiva sobrevoou a cidade de Balakot, lugar dessolado, onde a natureza descarregou todas suas forças. Poucos dias depois do desastre, lá foi instalado o primeiro acampamento dos médicos cubanos. Em Balakot existem na atualidade três hospitais de campanha atendidos pelo Contingente Henry Reeve.
Ao hospital de Jareed, situado na encosta da montanha, chegou a delegação ao meio-dia. O chanceler recebeu informação acerca de cada um dos serviços do hospital e escutou por parte dos médicos e especialistas anedotas, experiências, iniciativas, bem como conversou, na presença do último paciente operado, com o ortopédico Fidel Oporto Alvarez, da província de Matanzas, que fez 50 das 63 operações praticadas na instalação de campanha.
Junto do coletivo de Jareed, cantou parabéns à doutora Susel Cruz González, de Santa Clara, que fazia trinta anos nesse dia.
No hospital de campanha de Rawalakot, Felipe e seus acompanhantes foram atendidos pelo cirurgião José Jorge Rodríguez Carvajal. Ele informou que já tinham sido vistos 27 609 casos, deles 14 419 em visitas às comunidades distantes do acampamento. Fizeram 173 intervenções cirúrgicas, delas 53 complexas e salvaram 105 vidas.
Durante o percurso pelas instalações em Rawalakot, o chanceler cubano viu na consulta das mulheres uma doutora cubana conversando com uma paciente em urdu, a língua local, manipulando frases que tornavam mais fácil o diálogo paciente-médico.
Ao concluir o percurso pelos três hospitais de campanha cubanos, o major-general Usami elogiou a dedicação e o amor com que os médicos da Ilha longínqua desempenham seu trabalho, no mais intrincado da geografia paquistanesa.
O alto chefe militar disse que Cuba é um grande país, um grande povo e que não existem palavras suficientes para poder agradecer aqueles que deixaram suas famílias para vir ajudar sua pátria.
“Os cubanos tocaram o coração dos paquistaneses. Temos aprendido a querê-los e amá-los”, sublinhou, “e quando chegar a hora da despedida será difícil, para todos porque cada um de vocês fez um trabalho excelente”.
O major-general Usami informou que no Paquistão existem 44 hospitais de campanha e 32 deles são cubanos, o contingente de ajuda mais nutrido e profissional.
Na fim da tarde, Felipe Pérez Roque visitou o armazém central da logística do Contingente Internacional Henry Reeve, perto de Rawalpindi, e além de conversar com técnicos e médicos, se interessou pelo fornecimento dos medicamentos necessários para a ajuda, bem como as vitualhas entregues aos colaboradores.
Após uma longa jornada cheia de alegria e satisfação pela missão que se cumpre nesta terra, quando se lembra a foto de Che Guevara na entrada do hospital de campanha de Rawalakot, lembramos as suas palavras, que hoje nos guiam: “Que a dureza destes tempos não nos faça perder a ternura de nossos corações”.

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